Secretária nazista de 99 anos que ajudou a matar 10,5 mil é condenada

Imagem/Reprodução:Christian Charisius / Getty Images
 Irmgard Furchner, ex-secretária de campo de concentração, foi considerada cúmplice pelos crimes cometidos durante o nazismo; condenação reforça jurisprudência alemã em casos relacionados ao Holocausto.
Por Camila Fernandes | GnewsUSA

 

Um tribunal alemão rejeitou o recurso de Irmgard Furchner, de 99 anos, confirmando sua condenação como cúmplice em 10.505 assassinatos durante o nazismo. Furchner, que trabalhou como secretária do comandante do campo de concentração de Stutthof durante a Segunda Guerra Mundial, foi condenada em 2022, mas a execução da pena foi adiada devido aos recursos da defesa.

A Justiça Federal da Alemanha confirmou a decisão do tribunal estadual de Itzehoe, no norte do país, ao reforçar que Furchner desempenhou um papel fundamental no funcionamento do campo de concentração localizado perto de Danzig, atualmente a cidade polonesa de Gdansk. Ela foi acusada de facilitar o assassinato de 10.505 pessoas e a tentativa de assassinato de outras tantas ao realizar seu trabalho como estenógrafa.

Durante uma audiência no tribunal federal em Leipzig no mês passado, a defesa de Furchner contestou a acusação, alegando a ausência de provas concretas que confirmassem seu envolvimento direto nos crimes e questionando se ela realmente tinha conhecimento do que ocorria em Stutthof. No entanto, o juiz responsável pelo caso concluiu que Furchner “sabia” dos crimes e, ao continuar seu trabalho, apoiou deliberadamente as atrocidades cometidas no campo.

Segundo o juiz, a atuação de Furchner foi decisiva para que “10.505 prisioneiros fossem cruelmente mortos por gaseamentos, pelas condições hostis no campo, pelo transporte para Auschwitz e por serem enviados em marchas da morte no final da guerra.”

A condenação de Furchner reflete um precedente legal estabelecido em 2011, quando o ex-trabalhador da indústria automobilística de Ohio, John Demjanjuk, foi condenado como cúmplice de assassinato por servir como guarda no campo de extermínio de Sobibor. Esse caso mudou a abordagem dos tribunais alemães, que antes exigiam provas específicas de envolvimento direto nos assassinatos para uma condenação. Desde então, a mera participação no funcionamento de um campo de concentração passou a ser considerada suficiente para a responsabilização legal.

 

 

 

Leia Também: 

México se prepara para a Copa de 2026 com amistoso contra os EUA

Conflito na faixa de Gaza completa 318 dias com impactos devastadores e novos desafios de saúde

Polícia civil do Amazonas resgata bebê de 20 dias em operação contra tráfico de pessoas

________

Sobre Camila Fernandes / CEO-Brasil 615 Artigos
Jornalista, ela traz consigo uma rica bagagem de experiência e conhecimento no campo da comunicação. Sua dedicação à profissão a consolidou como uma profissional de destaque, cuja paixão pela verdade e pela narrativa precisa a define. Além de suas realizações no jornalismo, Camila também é a CEO da agência de marketing Authentic Media. Seu papel como líder empresarial destaca-se pela capacidade de combinar visão estratégica e criatividade, impulsionando sua agência para o sucesso. Formada em marketing Digital, atualmente Graduanda em Publicidade e Propaganda, ela continua a se aprimorar academicamente, mantendo-se atualizada com as últimas tendências e inovações no mundo da comunicação e do marketing. E desde 2023 faz parte do time de jornalistas do Gnewsusa. Adicionalmente, é importante ressaltar que Camila Fernandes desempenha o papel de CEO-Brasil no Jornal GnewsUSA, reforçando sua presença e influência no cenário da comunicação e do jornalismo.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*