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Roy Beck destaca o impacto negativo da concorrência de trabalhadores estrangeiros nas oportunidades para americanos de baixa qualificação, com ênfase nas comunidades negras.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A crescente imigração para os Estados Unidos está causando um efeito prejudicial no mercado de trabalho, afetando diretamente as oportunidades de emprego para os negros, especialmente aqueles com menor qualificação profissional. O alerta vem do especialista em imigração Roy Beck, fundador da organização NúmerosEUA, que defende a redução de trabalhadores estrangeiros no país.
De acordo com Beck, a entrada massiva de imigrantes tem pressionado o mercado de trabalho, resultando em perdas significativas para a comunidade negra. Dados recentes do Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA mostram que, ao longo dos últimos 12 meses, trabalhadores nascidos no país perderam mais de 1,3 milhão de empregos, enquanto imigrantes garantiram cerca de 1,2 milhão de novas vagas.
“Sempre que a imigração atinge altos níveis, as rendas dos homens negros caem, e a disparidade racial nos salários aumenta”, afirmou Beck. Ele argumenta que, devido à imigração desenfreada, os negros, historicamente afetados pela discriminação no mercado de trabalho, enfrentam uma desvantagem ainda maior.
Em seu livro, No Fim da Fila de Contratação: Uma História de 200 Anos de Ondas de Imigração, Discriminação dos Empregadores e Depressão da Riqueza Negra, Beck traça um paralelo histórico entre ondas migratórias e a diminuição das oportunidades econômicas para os negros nos EUA. Ele ressalta que, em períodos de restrição migratória, as condições de emprego para essa população tendem a melhorar significativamente.
Dados mais recentes indicam que o desemprego entre homens negros adultos alcançou 6,1% em agosto, uma taxa consideravelmente superior à dos homens brancos, que ficou em 3,8%. Embora a administração de Joe Biden tenha celebrado a redução da taxa de desemprego entre negros para 5,6% em abril deste ano, Beck e outros especialistas mantêm uma visão cautelosa sobre os impactos da imigração no mercado de trabalho.
“Líderes locais estão começando a falar mais sobre isso, mas os líderes nacionais parecem ignorar o problema devido a alianças políticas”, observou Beck. Ele acredita que essas alianças, particularmente entre lideranças negras e hispânicas, são um dos motivos pelos quais os efeitos da imigração nas comunidades negras não recebem maior atenção.
O especialista também destacou que, apesar de os imigrantes contribuírem para a criação de novos postos de trabalho, a concorrência por vagas que não exigem alta qualificação prejudica os americanos de todas as etnias, mas afeta com mais intensidade os negros. “Ainda existe discriminação racial no mercado de trabalho, e os negros muitas vezes são os últimos a serem contratados”, completou Beck.
A previsão de Beck é preocupante: se o fluxo migratório continuar nos níveis atuais, as comunidades negras poderão enfrentar mais perdas de empregos e uma crescente disparidade salarial nos próximos anos.
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