EUA punem líderes de seita por obrigarem crianças a trabalhar

Crianças enfrentaram ambientes sujos, cheios de ratos e sofriam maus-tratos físicos e psicológicos; fundador da seita dizia ser ‘Allah em pessoa’
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

As autoridades norte-americanas realizaram uma operação significativa ao condenar seis indivíduos associados à seita conhecida como “Nação Unida do Islam“. Esses membros foram responsabilizados por uma série de crimes horrendos que envolvem a exploração de crianças, que eram forçadas a trabalhar em condições extremamente severas. Os relatos indicam que as crianças eram submetidas a jornadas de trabalho que chegavam a 16 horas diárias e viviam em situações de extrema degradação.

Os detalhes das investigações revelaram uma realidade alarmante: as crianças eram mantidas em ambientes imundos, infestados por ratos, e estavam sujeitas a diferentes formas de abuso, tanto físico quanto psicológico.

A promotoria enfatizou que, além de serem privadas de uma alimentação adequada, essas crianças eram frequentemente espancadas por seus líderes e forçadas a dormir em acomodações superlotadas, caracterizadas por mofo e a presença de roedores. Entre as punições mais terríveis encontrava-se o confinamento em um porão que, além de escuro, era também aterrorizante.

Conforme informações, as crianças eram compelidas a trabalhar nas lojas da seita e, em muitas ocasiões, eram traficadas para outros estados, como Nova Jersey, Nova York e Ohio. Um aspecto particularmente grotesco dessa exploração é que as crianças não recebiam qualquer forma de pagamento ou remuneração por seus esforços.

O líder da seita, Kaaba Majeed, de 50 anos, recebeu uma sentença de até 20 anos de prisão por cinco diferentes acusações relacionadas ao trabalho forçado. Além dele, outros cinco membros da seita também foram condenados a penas que podem chegar a cinco anos de reclusão.

Durante o julgamento, os testemunhos foram chocantes e perturbadores, incluindo relatos de uma criança que foi obrigada a beber água de um vaso sanitário como única forma de sobrevivência, além de outro caso em que uma criança foi suspensa de cabeça para baixo sobre trilhos de trem, uma punição cruel e aterrorizante. As condições que cercavam essas crianças foram descritas pela promotoria como “desumanas e abomináveis”.

Royall Jenkins, o fundador da “Nação Unida do Islam”, projetava uma imagem megalomaníaca, proclamando-se como “Allah em pessoa” e alegando ter feito viagens em uma espaçonave junto a anjos. A referida seita foi estabelecida por ele em 1978, após sua saída da “Nação do Islam”.

As crenças propagadas por Jenkins eram marcadas por uma visão distorcida e misógina da sociedade, considerando as mulheres como inferiores e promovendo uma ideologia que retratava o homem branco como um inimigo, um conceito baseado na afirmação de que ele teria sido criado por um cientista há aproximadamente seis mil anos.

O caso ressoa não apenas como uma denúncia de um ato de exploração inaceitável, mas também como um alerta sobre os perigos de seitas que operam fora do controle da sociedade e que podem infligir danos profundos e duradouros nas vidas de indivíduos vulneráveis.

 

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