
Opositor alegou ter sido forçado a assinar documento de aceitação dos resultados eleitorais sob pressão e ameaças
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em meio a crise política na Venezuela, Edmundo González, candidato opositor, declarou que assinou uma carta de aceitação da decisão do Tribunal Supremo de Justiça que confirmou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais apenas para conseguir sair do país. González, que está asilado na Espanha desde o início do mês, afirma que foi coagido a assinar o documento, o qual considera inválido.
No vídeo divulgado em suas redes sociais, González revelou que o documento foi assinado sob extrema pressão. “Em outras palavras, ou eu assinava, ou me ateria às consequências. Houve horas muito tensas de coação, chantagem e pressões. Neste momento considerei que poderia ser mais útil livre do que encerrado”, explicou. No mesmo vídeo, ele se declarou como “presidente eleito” da Venezuela, afirmando que o documento não possui validade devido às circunstâncias forçadas em que foi assinado. “Um documento produzido sob coação está viciado de nulidade absoluta com um vício grave no consentimento. Como presidente eleito de milhões e milhões de venezuelanos que votaram por uma mudança, pela democracia e pela paz, não vão me calar. Nunca vou traí-los”, garantiu González.
O líder chavista Jorge Rodríguez apresentou a carta assinada por González durante uma coletiva de imprensa, afirmando que o documento foi assinado após uma série de conversas entre González e representantes de Maduro. Rodríguez, que é presidente da Assembleia Nacional, destacou que ele e a vice-presidente Delcy Rodríguez foram designados para mediar a saída do opositor do país. Em resposta às alegações de coação, Rodríguez ameaçou divulgar gravações das conversas entre ele e González se o opositor não se retratar das acusações. “O senhor está me acusando de que eu o coagi de alguma maneira. Eu tenho outras provas que indicam o contrário. Não me obrigue a mostrá-las, porque estou disposto a fazer isso”, declarou Rodríguez.
A carta assinada por González, datada de 7 de setembro, contém uma declaração de respeito pelas instituições constitucionais da Venezuela e um compromisso de não exercer nenhuma representação formal ou informal enquanto estiver fora do país. No entanto, a alegação de coação levantou dúvidas sobre a legitimidade do reconhecimento dos resultados eleitorais por parte do opositor.
González continua a se afirmar como a voz da oposição democrática e a denunciar o regime de Maduro, que ele considera responsável pela atual crise política e humanitária na Venezuela.
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