
Deputado é acusado de associação criminosa e enriquecimento ilícito.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante) pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e peculato, após uma investigação que revelou seu suposto envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos, conhecido como “rachadinha“, na Câmara dos Deputados. A PF identificou Janones como o principal articulador da fraude.
O indiciamento é fundamentado em um áudio divulgado por Cefas Luiz Paulino, ex-assessor de Janones, no qual o deputado solicita a devolução de parte dos salários de funcionários da Câmara. Janones confirmou a autenticidade do áudio, e a perícia da PF ratificou que a voz é dele.
A PF destacou que a solicitação de vantagem indevida, conforme o áudio, já constitui um crime, pois se trata de um “delito formal e instantâneo”. A investigação também apontou outros envolvidos e evidências substanciais de práticas ilegais.
De acordo com o relatório da investigação, há “fortes indícios” de que o parlamentar desempenhou um papel central no esquema, com um aumento “incompatível” em seu patrimônio entre 2019 e 2020. Além disso, a PF sugere que uma parte significativa dos recursos financeiros de Janones pode ter origem ilícita.
A avaliação do caso pela Câmara dos Deputados, movida pelo PL e com a relatoria do deputado Guilherme Boulos (PSOL), resultou em um pedido de arquivamento da representação, baseado na argumentação de que os eventos ocorreram “antes do início do mandato” e que “o Judiciário fará seu trabalho” nas investigações. Atualmente, o caso está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá os próximos passos, que podem variar desde o aprofundamento das investigações até o arquivamento do inquérito ou a formalização de uma denúncia contra o deputado. Até o momento, Janones não fez comentários públicos sobre as acusações, e esse desdobramento pode ter um impacto significativo em sua trajetória política.
A situação em questão deverá provocar debates sobre os padrões éticos dos parlamentares e ressaltar a urgência de uma fiscalização mais rigorosa sobre o uso dos recursos públicos, especialmente considerando a gravidade das acusações de corrupção no contexto legislativo.
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