Xerife do Arizona questiona necessidade de muro na fronteira sul e levanta debate sobre racismo

David Hathaway afirma que proposta de muro é “xenófoba” enquanto mãe de vítima supostamente morta por imigrante ilegal pede justiça.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O xerife do Condado de Santa Cruz, Arizona, David Hathaway, participou de uma audiência no Comitê de Segurança Interna da Câmara na última quarta-feira (18), trazendo à tona um ponto polêmico: a construção de um muro na fronteira sul dos EUA. Hathaway sugeriu que a proposta tem um “componente racista”, a menos que um muro também seja erguido na fronteira com o Canadá. “Nunca houve uma proposta para construir um muro na fronteira norte“, afirmou Hathaway.

Ao ser questionado sobre o impacto econômico dos imigrantes nos EUA, Hathaway declarou que eles trazem benefícios. “Eles realmente reduzem a inflação de preços. Se você adiciona produtividade à economia, isso a torna mais produtiva”, disse. No entanto, seu posicionamento sobre o muro gerou reações fortes.

O deputado republicano Carlos Gimenez, imigrante cubano e representante da Flórida, criticou Hathaway por minimizar as preocupações com a segurança na fronteira sul e mencionou a violenta gangue venezuelana, Tren de Aragua, que estaria entrando no país. E você é xerife? Essa é uma das gangues mais violentas que está saindo da Venezuela. Que está passando pela sua cidade, disparou Gimenez.

O xerife, por sua vez, reforçou que seu posicionamento não se trata de desprezar a segurança, mas de questionar a parcialidade na aplicação de políticas. “Há um aspecto xenófobo nisso. Nunca houve qualquer intenção de impor agressivamente o Título 42 na fronteira canadense”, disse Hathaway, referindo-se à política estabelecida na era Trump durante a pandemia, que permitiu a recusa de migrantes na fronteira México-EUA por questões de saúde.

Os comentários de Hathaway foram feitos enquanto ele estava sentado ao lado de Patty Morin, mãe de Rachel Morin, uma mulher de Maryland supostamente assassinada por um imigrante ilegal de El Salvador. Em um depoimento emocional, Patty relatou os detalhes brutais do crime que ceifou a vida de sua filha. “Um imigrante ilegal… esperou por ela na trilha, arrastou-a pela floresta, estuprou, estrangulou e assassinou”, contou Patty, descrevendo o estado chocante em que encontrou o corpo da filha.

A audiência destacou a profunda divisão entre os que veem o muro como uma medida necessária de segurança e os que acreditam que ele carrega conotações de discriminação.

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