Polícia Federal e Ministério Público desmantelam esquema de manipulação de escalas de plantão que prejudica atendimento hospitalar.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Nesta quinta-feira 3 de outubro, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Amapá realizaram a operação “Jaleco Fantasma”, cumprindo 13 mandados de busca e apreensão contra médicos do Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima (HCAL), em Macapá. A investigação, que abrange sete médicos, revela um esquema criminoso em que as escalas de plantão foram fraudadas, impactando negativamente o atendimento ao público.
A operação identificou que os médicos manipulavam as escalas de plantão, criando duas versões: uma oficial, publicada no site da Secretaria de Saúde, e outra não divulgada. Cada médico era escalado para cumprir em média 24 plantões mensais de 12 horas, totalizando um custo de aproximadamente R$ 1.000 por plantão, resultando em R$ 24 mil mensais pagos a cada um, por serviços não prestados.
A PF constatou que, apesar de receberem pelos plantões, os médicos não compareciam ao hospital, utilizando o tempo para atividades pessoais, incluindo viagens ao exterior. A investigação aponta que cerca de R$ 3 milhões foram pagos de forma irregular por plantões não realizados desde abril de 2022. Esse montante, assim como os bens dos médicos, foi bloqueado judicialmente.
Durante as buscas, foram apreendidos sete veículos de luxo pertencentes aos investigados. Além disso, as autoridades encontraram R$ 75 mil em espécie em uma das residências e 4 mil euros em outra.
Como resultado das investigações, a Justiça determinou o afastamento cautelar de dois servidores envolvidos no esquema. Os médicos podem ser processados por peculato, falsificação ideológica de documento público e organização criminosa. Caso condenados, as penas podem chegar a 25 anos de prisão, além de multas e a possível perda dos cargos públicos.
A operação “Jaleco Fantasma” destaca a importância da transparência e da ética no serviço público, bem como o compromisso das autoridades em combater práticas corruptas que prejudicam a população. As investigações continuarão, com o intuito de responsabilizar todos os envolvidos e assegurar que a qualidade do atendimento no HCAL seja restabelecida.
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