Aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes por rinovírus em diversos estados, aponta boletim InfoGripe da Fiocruz

Foto: José Cruz
Estudo revela tendência de crescimento de infecções respiratórias em diversas regiões, enquanto casos de SRAG por Covid-19 seguem em queda na maioria do Centro-Sul do país.
Por Paloma de Sá| GNEWSUSA

O novo Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quinta-feira (7/11), revelou um preocupante aumento nos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por rinovírus, principalmente entre crianças e adolescentes, em estados como Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão. Outras regiões, como Espírito Santo, Goiás, Amazonas e Amapá, também registraram um crescimento nos casos de SRAG nessa faixa etária, embora o Espírito Santo apresente sinais de desaceleração. O estudo é referente à Semana Epidemiológica 44, que compreende o período de 27 de outubro a 2 de novembro de 2024.

Cenário Nacional de SRAG e Impacto Regional

O levantamento mostrou que, em nível nacional, os casos de SRAG por Covid-19 continuam em declínio na maior parte dos estados do Centro-Sul. No entanto, o Rio de Janeiro é uma exceção, mantendo um sinal de retomada de crescimento, especialmente entre os idosos. De acordo com Tatiana Portella, coordenadora do InfoGripe e pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, “o aumento de casos graves por Covid-19 no Rio de Janeiro está concentrado em pessoas mais velhas, enquanto o rinovírus é o principal responsável pelas hospitalizações de crianças e adolescentes de até 14 anos”.

Diante desse cenário, Portella reforçou a importância de que todos os grupos de risco, incluindo idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades, estejam em dia com a vacinação contra a Covid-19 para prevenir complicações.

Estados e Capitais com Maior Crescimento de SRAG

Entre as 27 unidades federativas do Brasil, 11 indicam um aumento significativo nos casos de SRAG nas últimas seis semanas: Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. Em termos de capitais, dez delas apresentaram crescimento recente, incluindo Goiânia, Macapá, Manaus, Salvador, São Luís, São Paulo, Rio de Janeiro, Teresina e Vitória.

O estudo também observou um aumento nas notificações de SRAG por influenza B, principalmente em pessoas entre 14 e 49 anos. No entanto, até o momento, esses casos não têm causado um impacto expressivo nas hospitalizações.

Rinovírus como Principal Responsável por Hospitalizações de Crianças

O Boletim destaca que, em estados como Goiás, Amazonas e Amapá, embora os dados laboratoriais ainda não sejam conclusivos, o aumento nas hospitalizações de crianças e adolescentes é, provavelmente, causado por vírus respiratórios como o rinovírus, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o metapneumovírus. Portella ressalta que, mesmo com a predominância do rinovírus, é necessário monitorar outros vírus circulantes para entender melhor o impacto nas internações.

No contexto nacional, a prevalência entre os casos positivos de SRAG nas últimas quatro semanas foi de 36,8% para rinovírus, seguido por 24,2% para o Sars-CoV-2 (Covid-19), 11% para influenza A e 4,9% para VSR. Já entre os óbitos por SRAG, o Sars-CoV-2 foi responsável por 56,3%, com uma mortalidade particularmente alta em pessoas com mais de 65 anos.

Dados do Ano Epidemiológico 2024: Casos Positivos e Óbitos

Até a 44ª Semana Epidemiológica de 2024, foram notificados 153.448 casos de SRAG no Brasil, dos quais 72.043 (46,9%) tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório, enquanto 64.913 (42,3%) tiveram resultados negativos e 8.338 (5,4%) aguardam resultados laboratoriais.

Entre os casos positivos de SRAG registrados ao longo do ano, a distribuição é a seguinte:

  • 17,6% por influenza A
  • 1,5% por influenza B
  • 36% por VSR
  • 25,8% por rinovírus
  • 19,1% por Sars-CoV-2 (Covid-19)

Em relação à mortalidade, os dados das últimas oito semanas indicam que o maior impacto se concentra nas crianças até dois anos e nos idosos a partir de 65 anos, com a Covid-19 sendo a principal causa de óbitos entre os mais velhos.

Preocupações com o Crescimento de Casos em Crianças e Idosos

A análise reforça a necessidade de medidas preventivas, como o uso de máscaras em ambientes fechados, vacinação atualizada e vigilância contínua, especialmente nas regiões onde o aumento dos casos está mais pronunciado. A alta circulação de vírus respiratórios, como o rinovírus, influenza e VSR, associados ao período chuvoso em várias regiões, pode contribuir para um aumento das internações nos próximos meses.

Tatiana Portella conclui que, enquanto a Covid-19 continua a representar um risco significativo para os idosos, o foco de atenção deve se voltar também para outras infecções respiratórias que têm levado crianças e adolescentes a internações. “Precisamos manter uma vigilância ativa para evitar que o aumento dos casos de SRAG sobrecarregue o sistema de saúde, principalmente em estados que já apresentam sinais de alerta”, alertou.

Medidas Recomendadas para Reduzir a Transmissão

Diante desse cenário, é fundamental que a população siga as orientações de saúde pública, incluindo:

  • Vacinação contra a Covid-19 e influenza, especialmente para grupos de risco.
  • Manter bons hábitos de higiene, como lavar as mãos com frequência e usar máscaras em locais fechados.
  • Evitar aglomerações, principalmente em períodos de alta circulação de vírus respiratórios.

O boletim alerta que, com a proximidade das festas de fim de ano, é crucial redobrar os cuidados para evitar um novo pico de infecções, principalmente entre os mais vulneráveis.

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