Cerimônia marca a entrega do certificado pela Opas/OMS e o compromisso com a saúde pública.
Por Paloma de Sá| GNEWSUSA
Nesta terça-feira (12), o Brasil celebra a conquista da recertificação como país livre do sarampo, em cerimônia que contou com a entrega do certificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade. Esse reconhecimento marca um importante avanço para o país, que já havia atingido esse status em 2016, mas o perdeu em 2018 devido à queda nas coberturas vacinais e à reintrodução do vírus.
Histórico da doença no Brasil
Após a eliminação do sarampo em 2016, o Brasil enfrentou desafios para manter a cobertura vacinal necessária para evitar surtos da doença. A baixa adesão à vacinação e o intenso fluxo migratório de países vizinhos contribuíram para a reintrodução do vírus em 2018, resultando em um aumento significativo de casos. Entre 2018 e 2022, foram confirmados 39.779 casos da doença no país, tornando o Brasil novamente endêmico para o sarampo.
Medidas para reverter o quadro
Com a meta de eliminar o sarampo e sustentar a erradicação da rubéola, o Governo Federal implementou um extenso Plano de Ação, que incluiu a intensificação da vacinação nas fronteiras e em áreas de difícil acesso, além da busca ativa de casos suspeitos. Foram organizados Dias S de mobilização, oficinas de resposta rápida, e cursos online sobre manejo clínico de sarampo, todos coordenados pelo Ministério da Saúde.
O esforço foi acompanhado por um significativo investimento financeiro: em 2023, o governo destinou mais de R$ 724 milhões para a vigilância em saúde, reforço de laboratórios estaduais, aquisição de vacinas e realização de oficinas de microplanejamento e multivacinação em todos os estados. O modelo adotado, recomendado pela OMS, focou em estratégias específicas para aumentar a cobertura vacinal nos 5.570 municípios do país.
O impacto da vacinação
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças, podendo levar a complicações sérias como pneumonia, encefalite e até a morte. A vacinação, especialmente a tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola, é a medida mais eficaz para evitar surtos. Em 2023, o Brasil registrou um aumento significativo na cobertura da primeira dose da tríplice viral, passando de 80,7% em 2022 para 88,4%, e, em 2024, a taxa já atingiu 92,3%.
Recuperação do status das américas
A recertificação do Brasil contribui para que as Américas recuperem o status de região livre do sarampo endêmico, que havia sido alcançado em 2016, mas ameaçado nos anos seguintes devido à queda das coberturas vacinais em alguns países. O sarampo, embora eliminado em várias regiões, ainda circula em outras partes do mundo, como na Europa, onde houve um aumento de casos em 2023. Esse cenário reforça a necessidade de manter altas coberturas vacinais para evitar a reintrodução do vírus.
Próximos passos
A Opas/OMS e o Ministério da Saúde enfatizam a importância de manter os programas de vacinação e vigilância epidemiológica, não apenas para prevenir o retorno do sarampo, mas também para garantir a eliminação de outras doenças. O Brasil se compromete a continuar fortalecendo seu sistema de saúde para detectar e responder rapidamente a casos importados, protegendo a população e evitando novos surtos.
Com o reconhecimento obtido, o país reforça o compromisso de garantir a saúde de sua população, demonstrando que investimentos em imunização e vigilância são fundamentais para a prevenção de doenças e para o fortalecimento do sistema de saúde como um todo.
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