Lei aprovada por deputados visa combater distrações e promover o bem-estar mental dos estudantes.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Na última terça-feira (12), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que proíbe o uso de celulares, tablets e relógios inteligentes nas escolas públicas e privadas do estado. A medida, proposta pela deputada Marina Helou (Rede), contou com o apoio de outros 40 parlamentares e visa diminuir os impactos negativos desses dispositivos no ambiente escolar, como distrações e prejuízos ao desempenho acadêmico.
Com a aprovação da proposta, a lei entrará em vigor no próximo ano letivo, com o objetivo de oferecer um ambiente escolar mais focado e produtivo. A partir da sua implementação, as escolas deverão armazenar os aparelhos eletrônicos trazidos pelos alunos, e o uso deles será proibido durante as aulas e os intervalos. São Paulo se torna o primeiro estado a adotar uma medida desse tipo, seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, que implementou uma medida similar em fevereiro deste ano.
A iniciativa, além de se basear em dados sobre os impactos do uso excessivo de celulares, também visa proteger a saúde mental dos estudantes. A deputada Marina Helou, autora do projeto, destacou a importância da lei para o futuro das crianças e adolescentes. “Temos certeza de que, a médio prazo, o impacto será bastante significativo na saúde mental e também na redução das desigualdades, já que as escolas de elite estão proibindo o uso do celular, dando aos alunos tempo para o desenvolvimento, e as públicas, não”, afirmou.
Pesquisas educacionais destacam a relação entre o tempo excessivo no celular e o desempenho acadêmico. Estudantes que passam mais tempo com aparelhos eletrônicos apresentam notas inferiores, especialmente em matemática. Os dados indicam que aqueles que limitam o uso do celular a uma hora por dia têm um desempenho consideravelmente melhor do que os colegas que o utilizam por longas horas.
Esse cenário também reflete o crescente apoio popular à medida, com uma pesquisa recente apontando que 62% da população se mostra favorável à restrição do uso de celulares nas escolas. A pesquisa revelou que 43% dos pais de crianças com até 12 anos informaram que seus filhos já possuem celular próprio, aumentando as preocupações sobre o impacto desses dispositivos no ambiente escolar.
Detalhes da Lei:
- A proibição se aplica a todas as atividades escolares, incluindo extracurriculares.
- O uso de aparelhos será permitido somente quando houver uma “necessidade pedagógica” ou para alunos com deficiência que necessitam de auxílios tecnológicos. Mesmo nesses casos, os aparelhos deverão ser armazenados ao final das atividades.
- As escolas deverão estabelecer “canais acessíveis de comunicação” entre os pais, responsáveis e as instituições, para garantir que a comunicação entre casa e escola continue fluindo de maneira eficaz.
Com esta medida, o estado de São Paulo espera oferecer um ambiente mais focado no aprendizado, livre das distrações tecnológicas que comprometem a atenção dos estudantes.
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