
Ações inconsistentes e anúncios conflitantes ampliam instabilidade e preocupam mercado e consumidores.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Pela primeira vez na história, o dólar ultrapassou a marca de R$ 6 nesta quinta-feira, 28. A moeda americana atingiu R$ 6,009 por volta das 11h20, um dia depois do dólar atingir o patamar de R$ 5,91. A disparada acontece após o detalhamento do plano de cortes fiscais do governo Lula, que não conseguiu tranquilizar o mercado. Analistas destacam que o principal fator por trás da desvalorização do real é a falta de clareza e consistência na condução da política econômica.
Enquanto prometeu uma economia de R$ 327 bilhões até 2030, a equipe econômica anunciou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.
Especialistas apontam que o mercado interpretou ação como contraditória e eleitoreira, gerando insegurança em investidores, pressionando ainda mais o câmbio e resultando no aumento do déficit econômico pela diminuição de arrecadação. Se o governo não conseguiu reduzir a dívida mesmo com alta arrecadação, a sua diminuição tende a agravar ainda mais o cenário.
Impactos do dólar alto
A valorização da moeda americana tem consequências diretas para a economia brasileira. Importações, combustíveis e insumos agrícolas se tornam mais caros, afetando desde o preço dos alimentos até o custo de vida da população. Além disso, empresas que dependem de produtos ou insumos internacionais enfrentam aumento nos custos de produção, o que pode ser repassado ao consumidor final.
Na coletiva de imprensa, Haddad e outros ministros, como Simone Tebet e Esther Dweck, adotaram um tom defensivo diante das críticas, sem apresentar medidas concretas para conter o impacto da volatilidade cambial. A falta de confiança na gestão econômica do governo aumenta as chances de repasses inflacionários, prejudicando especialmente as famílias de baixa renda.
Contradições e falta de foco
A reação do mercado evidencia a percepção de que o governo prioriza objetivos políticos em detrimento da responsabilidade fiscal. Com uma economia que já enfrenta desafios estruturais, como alta dívida pública e baixo crescimento, as ações pouco articuladas da gestão Lula colocam em risco não apenas a estabilidade cambial, mas também o poder de compra dos brasileiros.
A alta histórica do dólar, além de alarmar investidores, deve repercutir diretamente no bolso da população, com inflação pressionada e custos de produção elevados. Enquanto isso, o governo segue sem apresentar uma estratégia clara e eficiente para recuperar a confiança necessária ao equilíbrio econômico do país.
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