Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário envolvido em delação premiada, é assassinado em emboscada no Terminal 2 de Guarulhos; três pessoas foram feridas durante tiroteio.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Na tarde desta sexta-feira 8 de novembro, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi cenário de um ataque violento que tirou a vida do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos. Conhecido como “Cara Preta” e suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Gritzbach estaria em processo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, ele foi alvo de uma emboscada enquanto estava no Terminal 2 do aeroporto, uma das áreas públicas mais movimentadas do complexo. O ataque, que também deixou três pessoas feridas, levanta questionamentos sobre a segurança em locais de grande circulação.
Por volta da tarde, testemunhas relataram a chegada de um grupo de cinco homens armados em um veículo preto que estacionou próximo ao Terminal 2. Os suspeitos desembarcaram e dispararam contra o empresário, atingindo também outros três passageiros, que foram imediatamente socorridos e encaminhados ao Hospital Geral de Guarulhos. Até o momento, não há informações detalhadas sobre o estado de saúde dos feridos.
O ataque foi rápido e calculado, e os criminosos fugiram do local. A Polícia Militar localizou o carro utilizado pelos suspeitos abandonado em uma avenida próxima ao aeroporto. As investigações agora buscam confirmar se o veículo de fato foi utilizado na ação criminosa e identificar o paradeiro dos responsáveis.
Antônio Gritzbach, conhecido como “Cara Preta”, era apontado como um dos principais fornecedores de drogas da facção criminosa PCC. Fontes policiais sugerem que o empresário estava em negociação para uma delação premiada, possivelmente revelando detalhes sobre a atuação do PCC no tráfico de drogas e no crime organizado. Essa possível colaboração com o Ministério Público é vista como uma das motivações para o ataque, que pode ter sido um ato de retaliação por parte da organização criminosa, visando impedir que informações estratégicas fossem reveladas.
Como um dos pontos de entrada e saída mais movimentados da América Latina, o Aeroporto Internacional de Guarulhos conta com um complexo esquema de segurança que envolve diversas forças de segurança e fiscalização. As atribuições são divididas entre diferentes órgãos:
•Polícia Federal: Responsável pela fiscalização das áreas restritas do aeroporto, como pistas e áreas de embarque, incluindo o controle de passaportes e o combate a crimes transnacionais, como tráfico de drogas e terrorismo.
•Polícia Civil: Atua nas áreas públicas do aeroporto, onde investiga crimes comuns e atende ocorrências de furto, roubo e outros delitos.
•Polícia Militar: Realiza o patrulhamento ostensivo nas áreas internas e externas do aeroporto, buscando prevenir atos criminosos e garantir a segurança de passageiros e funcionários.
•Receita Federal: Atua na fiscalização de bens e mercadorias que entram e saem do país, com o objetivo de prevenir contrabando e sonegação fiscal.
•Polícia Rodoviária Federal: Faz a fiscalização das rodovias que dão acesso ao aeroporto, como a Rodovia dos Bandeirantes, combatendo crimes como roubo de cargas e tráfico de drogas.
•Guarda Civil Municipal de Guarulhos: Realiza ações de fiscalização e controle nas áreas próximas ao aeroporto, incluindo vias de acesso e estacionamentos.
Apesar da presença de múltiplas forças de segurança, o ataque a Gritzbach em uma área pública do aeroporto expôs falhas e trouxe à tona a necessidade de reforçar a vigilância em espaços de grande circulação.
Após o tiroteio, a Polícia Civil assumiu as investigações e está trabalhando em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Federal para identificar e localizar os responsáveis. Imagens das câmeras de segurança do aeroporto e da área externa estão sendo analisadas, e equipes de inteligência estão em campo para obter mais informações sobre os autores e suas motivações.
As forças de segurança reforçaram a presença no aeroporto, em uma tentativa de garantir maior proteção aos passageiros e funcionários e evitar novos incidentes. O Ministério Público de São Paulo, que conduzia as negociações de delação com Gritzbach, ainda não comentou oficialmente sobre o ocorrido.
O assassinato de Gritzbach, em um ambiente público e de grande circulação, reacendeu debates sobre a segurança nos aeroportos do país e o poder de influência das facções criminosas em ambientes teoricamente seguros. Para passageiros e funcionários, o episódio é um alerta para o alcance das organizações criminosas e os desafios que as autoridades enfrentam para manter a ordem em áreas de grande movimento.
Com as investigações ainda em andamento, as autoridades apelam à população para que colabore com informações que possam ajudar a solucionar o caso e impedir que novos atos de violência ocorram em locais públicos.
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