Incerteza fiscal aumenta pressão sobre governo enquanto juros sobem

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Banco Central aponta falta de disciplina nas contas públicas, e especialistas temem cenário de inflação prolongada.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

A última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central revelou um cenário preocupante para a economia brasileira. O documento, divulgado após o aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em novembro, evidencia a falta de confiança do mercado na capacidade do governo de implementar uma política fiscal sólida e previsível. A combinação de gastos elevados e pouca clareza sobre cortes acende o sinal de alerta para uma possível inflação persistente, jogando sobre o governo Lula a responsabilidade por medidas mais severas e imediatas.

Riscos de descontrole econômico

A postura do Copom sinaliza que o governo tem, até agora, adiado decisões essenciais para equilibrar as contas públicas. O Banco Central reforça que a ausência de uma política fiscal coerente não só mina a eficácia da política monetária, como também eleva o chamado “custo da desinflação” — ou seja, a necessidade de manter os juros em patamares elevados para controlar a inflação. Esse cenário prejudica o crescimento econômico e restringe o acesso ao crédito para empresas e famílias.

O aumento da dívida pública, somado à falta de ações concretas, gera um ciclo de incerteza e fragilidade econômica. Enquanto o governo hesita em definir cortes de gastos, a economia sofre as consequências, refletindo em menor investimento e aumento do custo de vida.

Cortes de gastos em ritmo lento

Apesar de três semanas de discussões sobre redução de despesas, o governo ainda não apresentou um plano concreto para controlar o crescimento dos gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou recentemente que o presidente Lula exigiu mais tempo para debater quais áreas devem ser afetadas. Entretanto, essa postura protelatória tem provocado reações negativas entre agentes econômicos e investidores, que esperam mais objetividade e compromisso fiscal.

A demora gera apreensão nos mercados, intensificando a desconfiança sobre a capacidade do governo de executar uma política fiscal coerente.

Economia e confiança em risco

Especialistas afirmam que a falta de disciplina nas contas públicas e o consequente aumento dos juros tornam a economia brasileira menos competitiva e prejudicam o crescimento. Com a alta dos juros, as empresas enfrentam dificuldades para investir e expandir, enquanto os consumidores, afetados pela inflação, veem seu poder de compra enfraquecido.

A elevação dos juros reflete o esforço do Banco Central para controlar a inflação diante da falta de resposta fiscal por parte do governo. O alerta do Copom sobre a necessidade de uma “política fiscal crível” é uma cobrança direta para que o governo Lula apresente medidas concretas, capazes de estabilizar a dívida pública e ancorar as expectativas de inflação.

Futuro incerto

A pressão sobre o governo continua a crescer, e a demora para implementar cortes e controlar a dívida pública compromete a estabilidade econômica e aumenta o risco de uma crise fiscal prolongada. A falta de ação eficaz coloca em xeque a confiança no governo e deixa o país em uma situação delicada, com a inflação e os juros em alta e perspectivas de crescimento limitadas.

Se o governo não agir rapidamente, o custo econômico será alto, refletindo na vida da população e no futuro do país.

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