
A conclusão é da pesquisa “National Trends in Infant Mortality in the US After Dobbs” (Tendências nacionais em mortalidade infantil nos EUA após Dobbs, em português).
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um estudo recente indica que a taxa de mortalidade infantil nos Estados Unidos aumentou 7% após a revogação da decisão “Roe vs. Wade”, que desde 1973 garantia o direito ao aborto em âmbito federal.
A pesquisa, intitulada National Trends in Infant Mortality in the US After Dobbs (“Tendências Nacionais em Mortalidade Infantil nos EUA após Dobbs”, em tradução), foi conduzida pelas pediatras Parvati Singh e Maria F. Gallo, da Universidade de Ohio.
Utilizando dados preliminares de 2023 do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), o estudo comparou as estatísticas atuais de mortalidade infantil com os números entre 2018 e 2022. A taxa de mortalidade infantil se refere a óbitos que ocorrem até o primeiro ano de vida.
De 2018 a 2022, a taxa média de mortalidade infantil nos EUA foi de 5,6 mortes por 1.000 nascidos vivos. Em 2023, esse número subiu 7%, o que equivale a 0,38 mortes adicionais a cada 1.000 nascidos vivos. Nos casos de anomalias congênitas, a mortalidade foi ainda maior, com 1,3 mortes por 1.000 nascidos vivos entre 2018 e 2022, aumentando 10% em 2023, ou seja, 0,13 mortes adicionais a cada 1.000 nascimentos.
Em comparação mundial, segundo o Banco Mundial, Serra Leoa apresenta a pior taxa de mortalidade infantil (76 mortes por 1.000 nascidos vivos), enquanto San Marino tem a melhor. Em 2022, os EUA registraram uma taxa de 5 mortes por 1.000 nascidos vivos.
A pesquisa também destacou o impacto das restrições estaduais ao aborto. No Texas, por exemplo, a proibição da prática após a detecção de batimentos cardíacos fetais (em torno de seis semanas de gestação) levou a um aumento de 12,9% na taxa de mortalidade infantil entre 2021 e 2022, enquanto em outros estados dos EUA, a taxa caiu 1,8% no mesmo período.
Embora os dados de 2023 ainda sejam preliminares, as autoras afirmam que a proibição ao aborto pode estar associada ao aumento da mortalidade infantil. A análise detalhada por estado ajudaria a esclarecer as diferenças entre as regiões que mantiveram o direito ao aborto e aquelas que o restringiram.
O estudo aponta ainda uma possível ligação entre a proibição ao aborto e o aumento da mortalidade materna. Alguns levantamentos estaduais já associam as restrições a mortes maternas em estados como Geórgia e Texas, onde as restrições são rigorosas.
• Leia mais:
https://gnewsusa.com/2024/11/gato-auxilia-na-identificacao-de-virus-raro-nos-estados-unidos/
Faça um comentário