
Assessores de Trump reagem a fala de Lula que comparou retorno republicano ao nazismo; Celso Amorim tenta minimizar apoio do petista a Kamala Harris.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, uma declaração polêmica de Lula sobre o republicano causou reações. Dias antes do pleito, em uma entrevista internacional, o presidente brasileiro sugeriu que uma nova gestão de Trump seria como “o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”. Com a vitória de Trump, essas palavras foram relembradas por sua equipe, que as recebeu através de políticos brasileiros contrários ao governo Lula.
Durante a entrevista, Lula manifestou apoio à candidata Kamala Harris, argumentando que “como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições”. Para justificar seu posicionamento, Lula mencionou a invasão ao Capitólio, evento que associou ao ex-presidente Trump e à política que ele representaria. “Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos Estados Unidos”, afirmou Lula, acrescentando: “Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA”.
Tentando controlar a situação, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, buscou minimizar o impacto das declarações de Lula. Amorim afirmou que o apoio do petista a Kamala Harris foi “discreto” e que o governo brasileiro trabalhará para manter “uma relação normal” com Trump, apesar das preferências políticas do atual presidente. Ele relembrou que, mesmo em momentos de discordância com antigos líderes americanos, o Brasil conseguiu manter relações diplomáticas estáveis.
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, também reiterou que a relação entre Brasil e Estados Unidos não será abalada. “Brasil e Estados Unidos têm mais de 200 anos de relação sempre estabelecida da melhor forma possível. Não tem razão para a alteração da relação política e da relação comercial. Não terá da parte do Brasil. Vamos partir em frente. Obviamente, nós tínhamos nossas preferências, mas é o resultado das eleições”, afirmou.
Contudo, a reação de assessores de Trump indica que essa “normalidade” talvez enfrente alguns desafios. Em meio ao cenário de declarações controversas e tentativas de remediação, resta saber como será a abordagem de Trump e sua equipe frente ao governo Lula.
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