Operação Cobiça prende servidores e empresários envolvidos em esquema milionário de crimes ambientais.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Nesta quinta-feira 28 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Cobiça, focada no combate à extração ilegal de ouro na região do Tapajós, no oeste do Pará. A ação cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão preventiva e medidas de afastamento de função pública, mirando uma organização criminosa formada por servidores públicos e empresários.
Os mandados foram executados em Santarém, Itaituba, Altamira, Rio de Janeiro e Goiânia, com a prisão de dois servidores públicos e dois empresários. As investigações revelaram que o grupo criminoso facilitava e protegia a mineração ilegal em terras indígenas e áreas de reserva legal, gerando lucros bilionários e causando danos ambientais irreparáveis.
Corrupção e exploração ilegal
De acordo com a PF, os servidores públicos investigados recebiam pagamentos mensais para garantir que as atividades criminosas ocorressem sem fiscalização ou interferência. Um deles ganhava R$ 4 mil por mês, enquanto outros dividiam R$ 10 mil para apoiar o esquema usando recursos institucionais, como veículos e equipamentos.
As operações de mineração ilegal estavam concentradas na Terra Indígena Munduruku, uma das mais devastadas do Brasil, e em áreas de reserva ambiental. A logística e a comercialização do ouro ilegal geraram lucros estimados em R$ 1 bilhão entre 2020 e 2021, muito acima dos limites autorizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
Empresários com histórico criminal
Entre os presos está um empresário já condenado por crimes como tráfico de drogas, tentativa de homicídio, uso de documentos falsos e associação criminosa. Ele é apontado como um dos líderes do esquema, que também envolve empresas responsáveis por extrair minérios de áreas protegidas sem autorização.
As empresas declararam operações em locais onde não houve atividade, o que ampliou os danos ambientais, afetando mais de 212 hectares de áreas protegidas.
Desdobramento de investigações anteriores
A Operação Cobiça surgiu como desdobramento da Operação Ganância, realizada em Rondônia em 2022, que investigou desvios de recursos públicos em serviços de UTI aérea. Durante essa investigação, surgiram evidências do envolvimento das mesmas empresas em mineração ilegal no Pará.
Crimes e punições
Os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União, organização criminosa e crimes ambientais. As penas previstas incluem multas elevadas e longos períodos de reclusão.
A Polícia Federal reforça seu compromisso com a proteção ambiental e a defesa dos povos indígenas, ressaltando que a devastação em terras protegidas será combatida com rigor.
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