Caso Vinícius Gritzbach: PF solicita compartilhamento de provas e não descarta conflitos de interesse com policiais; Secretário de Segurança Pública de SP admite possível envolvimento de agentes.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação independente sobre o assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, executado na última sexta-feira 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime chocou o país ao ocorrer em um dos maiores aeroportos do Brasil e levou a PF a mobilizar uma equipe especializada que será enviada a São Paulo para colaborar com as apurações. Apesar de o caso já estar sendo investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Militar de São Paulo, a PF, responsável pela jurisdição federal no aeroporto, considera fundamental iniciar uma investigação paralela para garantir imparcialidade, especialmente devido a indícios que apontam para o possível envolvimento de policiais no crime.
Para avançar na apuração, a PF solicitou oficialmente à Polícia Civil de São Paulo o compartilhamento das provas já coletadas sobre o assassinato. O objetivo é que as informações sejam analisadas por uma equipe própria da PF, visando identificar eventuais lacunas ou indícios que possam sugerir conexões com delitos de âmbito federal. Em nota, a PF declarou que a abertura de um inquérito independente não significa um pedido formal de federalização, mas que a Justiça Federal poderá assumir o caso caso surjam provas de conflito de interesse, uma vez que a corporação trabalha sob suspeitas de possível envolvimento de agentes de segurança estadual no crime.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, falou publicamente sobre as investigações nesta segunda-feira 11 de novembro, e afirmou que “não descarta” a hipótese de envolvimento de policiais no assassinato de Gritzbach. Segundo Derrite, a possibilidade é considerada pelo fato de o empresário ter delatado diversos policiais civis à Corregedoria da Polícia Civil como consequência de uma colaboração com o Ministério Público. “O mais importante é dizer que não descartamos nenhuma possibilidade. Ele delatou alguns policiais civis na própria Corregedoria como parte de um desdobramento de sua colaboração com o Ministério Público”, destacou o secretário. Com isso, surgem fortes suspeitas de que o crime possa ter sido uma retaliação, o que torna essencial uma investigação livre de qualquer influência ou interferência por parte de policiais estaduais.
A PF também se pronunciou, negando que a instauração do inquérito tenha sido motivada diretamente pela suspeita de envolvimento policial, mas afirmou que esse aspecto será tratado com rigor. Segundo a PF, todas as possibilidades estão em aberto, incluindo a hipótese de represália por parte de policiais que foram denunciados pelo empresário. O caso de Gritzbach traz à tona uma questão recorrente em investigações de crimes envolvendo figuras públicas e denúncias contra agentes de segurança: a dificuldade de conduzir um inquérito isento em meio a suspeitas de conflito de interesse.
A Polícia Federal reiterou que sua atuação tem caráter preventivo e investigativo, considerando a gravidade do crime e a importância de evitar qualquer interferência indevida. Caso seja comprovado que agentes da própria polícia estadual tiveram participação no crime, a Justiça Federal poderá decidir centralizar as investigações, sob justificativa de que há conflito de interesse para as forças estaduais.
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