Corregedoria pede prisão preventiva de PM que jogou homem de ponte em São Paulo

Foto: Reprodução.
Soldado da Rocam é acusado de violência durante perseguição; ação gerou repercussão negativa e levou governador Tarcísio de Freitas a prometer punições rigorosas.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo solicitou a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, acusado de arremessar um homem de uma ponte na região de Cidade Ademar, zona sul da capital, durante uma perseguição no último fim de semana. A decisão sobre a prisão caberá ao Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.

Envolvimento e investigação

A ação foi realizada por quatro policiais militares, mas apenas Luan Felipe Alves Pereira é alvo do pedido de prisão. Ao todo, 13 agentes envolvidos na operação foram afastados de suas funções e respondem a um inquérito policial militar (IPM) conduzido pela Corregedoria. O caso também é investigado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO).

Imagens divulgadas na última segunda-feira (2) nas redes sociais, mostram o momento em que o policial joga o homem, que vestia uma camiseta azul, da ponte. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o homem sobreviveu, mas não foi identificado. Testemunhas afirmaram que ele caiu em uma área de concreto, sofreu ferimentos na cabeça e conseguiu sair andando do local.

Em nota, a PM classificou inicialmente o ato como um “erro emocional”, mas o caso gerou forte repercussão e levou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a prometer punições rigorosas. “Aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos”, declarou o governador em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

Relatos e contexto

De acordo com testemunhas, a vítima foi perseguida por policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) do 24° Batalhão, com sede em Diadema, após tentar atravessar um baile funk. Durante a perseguição, um dos policiais teria colidido com o homem, que caiu no chão e começou a xingar os agentes. Em seguida, ele foi arremessado da ponte.

O boletim de ocorrência registrado pelos policiais omitiu o fato de o homem ter sido jogado da ponte. Os agentes relataram apenas que o local da abordagem era perigoso devido à presença de bailes funk e que não encontraram materiais ilícitos com os suspeitos.

Aumento da letalidade policial

O caso ocorre em meio a um aumento expressivo da letalidade policial em São Paulo. Dados da SSP indicam que, entre janeiro e setembro de 2024, 474 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço, representando um crescimento de 82% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registradas 261 mortes.

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, se manifestou sobre o caso, ressaltando a necessidade de apuração rigorosa, enquanto o governo Tarcísio enfrenta cobranças de organizações de direitos humanos sobre a atuação da PM.

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