Mudança limitaria escolha do eleitor em eleições com duas vagas disponíveis por estado, gerando suspeitas de manipulação política.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende alterar a forma de votação para o Senado Federal nas eleições de 2026, quando 54 das 81 cadeiras estarão em disputa. A medida reduziria o número de votos disponíveis ao eleitor, mesmo em estados com duas cadeiras em jogo, gerando polêmica e acusações de favorecimento ao campo político da esquerda.
De acordo com o texto, “nas eleições que promovam a renovação de dois terços do Senado Federal, o eleitor disporá de um único voto, sendo eleitos os candidatos que obtiverem as duas maiores votações”. A justificativa apresentada por Randolfe alega que o modelo atual gera “uma falsa impressão de maior legitimidade” e que “é ilusório acreditar que, tendo de votar em dois candidatos a Senador, [o eleitor] dedique o mesmo grau de atenção e cuidado naquela que constitui a sua segunda escolha”.
Críticas à proposta
Analistas e setores da oposição enxergam a iniciativa como uma tentativa de reduzir as chances da direita, que nos últimos anos conseguiu consolidar espaço significativo no Senado. A mudança de regra limitaria o impacto eleitoral em favor da oposição, em especial em estados onde candidatos conservadores vêm dominando as disputas.
Para muitos, a PEC é mais uma estratégia do governo Lula para garantir maior controle político sobre o Senado e evitar o avanço de pautas que possam enfraquecer o Planalto ou ministros alinhados do Supremo Tribunal Federal (STF). A gestão petista teme que uma oposição fortalecida no Senado viabilize pedidos de impeachment ou travas a projetos de interesse do governo.
Manipulação política em evidência
A justificativa de Randolfe, que considera o segundo voto do eleitor “uma evidente distorção”, foi recebida com descrédito por críticos da proposta. Para muitos a medida busca moldar o sistema eleitoral para preservar os próprios interesses do governo, enquanto fazem uma manobra clara para limitar o crescimento do conservadorismo no Brasil.
A PEC ainda precisa passar por aprovação no Congresso, mas a proposta já intensifica o debate sobre o futuro das eleições brasileiras e o impacto de mudanças nas regras eleitorais para favorecer grupos específicos.
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