Inflação e dólar alto: mercado sinaliza desconfiança no governo Lula

Foto: reprodução
Economia brasileira enfrenta perspectivas desafiadoras, com inflação acima da meta e reações negativas a medidas fiscais inconsistentes.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

O mercado financeiro revisou para cima sua estimativa de inflação em 2024, projetando um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,71%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (2). O valor supera o teto da meta inflacionária, que é de 4,5%, evidenciando uma dificuldade crescente para a autoridade monetária cumprir seus objetivos.

Esse cenário econômico desafiador é agravado pela disparada do dólar, que alcançou R$ 6,001 na última sexta-feira (29). O impacto disso se reflete diretamente nos preços das importações, pressionando ainda mais o bolso do consumidor.

Descontrole fiscal gera incertezas

A elevação do dólar foi atribuída, em grande parte, à recepção negativa do pacote fiscal anunciado pelo governo. Entre as medidas questionadas está a previsão de economizar R$ 70 bilhões em dois anos — uma meta que agentes do mercado consideram superestimada. Além disso, a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, a partir de 2026, gerou dúvidas sobre sua viabilidade financeira, já que carece de um plano claro para compensar a perda de arrecadação.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que a isenção será compensada com tributos, mas não apresentou detalhes concretos, alimentando ainda mais a desconfiança. A falta de transparência e de ajustes sólidos no plano fiscal apenas reforça o pessimismo do mercado.

Banco Central sob pressão

Diante desse contexto, o Banco Central deve manter sua postura rígida na condução da política monetária. A taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano, pode subir para 11,75% na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para 11 de dezembro. A lógica é clara: juros mais altos são a principal ferramenta para tentar conter a escalada da inflação.

No entanto, o aumento das taxas impacta diretamente o crédito e o crescimento econômico, o que reforça os efeitos negativos de um governo incapaz de gerar confiança. A necessidade do Banco Central de se justificar com uma carta formal em caso de descumprimento da meta inflacionária também simboliza a fragilidade do cenário.

Política econômica deixa a desejar

O governo Lula insiste em políticas que agradam no curto prazo, mas carecem de consistência a longo prazo. A promessa de isenções e pacotes de estímulo econômico sem planejamento adequado gera incerteza no mercado e aumenta a percepção de irresponsabilidade fiscal.

Se a equipe econômica não apresentar soluções concretas e realistas para o controle do gasto público, a trajetória econômica do Brasil continuará marcada por desconfiança, pressão inflacionária e fuga de investimentos. O que se espera de um governo é liderança e planejamento, mas, até agora, o que se vê é hesitação e medidas populistas que fragilizam ainda mais a economia.

Leia mais

Ancelotti elogia o Botafogo após assistir à final da Libertadores: “Extraordinário”

Colisão entre aviões no solo em Congonhas interrompe voo da Latam para Brasília

Violência entre torcidas deixa 79 feridos em jogo da quarta divisão na Alemanha

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*