
Decisão do Copom excede expectativas e reforça desafios econômicos para o próximo ano.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O Banco Central (BC), em sua última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25% ao ano. O ajuste superou as previsões do mercado, que esperavam uma elevação de 0,75 ponto percentual.
Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) destacou o cenário interno como motivo para o movimento mais agressivo. A inflação oficial e os indicadores subjacentes seguem acima da meta, agravando a preocupação com a estabilidade de preços.
Segundo o BC, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 subiram para 4,8% e 4,6%, respectivamente, conforme apurado por uma pesquisa. Já a projeção para o segundo trimestre de 2026, horizonte considerado relevante para a política monetária, está em 4%.
O colegiado ainda sinalizou a possibilidade de novos aumentos de mesma magnitude nas próximas reuniões, caso o cenário inflacionário permaneça deteriorado.
Mudança no comando do BC
A reunião também marcou a despedida de Campos Neto, que será substituído por Gabriel Galípolo a partir de janeiro de 2025. O novo presidente assumirá o BC em meio a um ambiente desafiador, com pressões fiscais e dificuldades na recuperação da credibilidade econômica.
Alertas sobre política fiscal
Na reunião anterior, o Copom já havia reforçado a necessidade de uma política fiscal mais sólida, destacando que a elevação da dívida pública e as incertezas sobre sustentabilidade fiscal limitaram o espaço para ajustes econômicos.
Embora o governo tenha anunciado medidas de ajuste fiscal, como cortes de gastos propostos pelo ministro Fernando Haddad, o pacote não foi bem recebido pelo mercado. O aumento da Selic reforça a percepção de descrédito em relação à política econômica atual, aprofundando os desafios para o controle da inflação e o crescimento sustentável.
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