Confiança em medidas econômicas pró-mercado movimenta Wall Street e rompe barreiras históricas.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais desencadeou uma onda de otimismo entre investidores, levando à injeção de US$ 140 bilhões (cerca de R$ 851 bilhões) em fundos de ações americanos apenas no mês seguinte ao pleito. Este volume expressivo de recursos reflete expectativas de políticas econômicas agressivas, incluindo cortes de impostos, desregulamentações e estímulos ao setor privado, prometidos pela nova administração.
O fluxo recorde foi capturado por dados da EPFR Global, que aponta novembro como o mês com o maior volume de entradas em fundos de ações nos Estados Unidos desde o início do monitoramento, em 2000. “A agenda de crescimento que Trump está colocando na mesa está sendo totalmente abraçada”, comentou Dec Mullarkey, diretor da SLC Management, destacando a visão positiva do mercado em relação às nomeações de Trump para posições-chave no governo.
Wall Street em alta: confiança rompe barreiras históricas
O otimismo dos investidores teve reflexos diretos nos principais índices da bolsa americana. O S&P 500, principal indicador do mercado de ações, subiu 5,3% desde a eleição, acumulando um impressionante crescimento de 28% no ano. Pequenas empresas americanas, mais expostas à economia doméstica, superaram a performance de grandes corporações, com o índice Russell 2000 atingindo um pico histórico, o melhor em três anos.
Essa reação dos mercados não é apenas de curto prazo. Kevin Gordon, estrategista da Charles Schwab, observou: “O aspecto saudável do rali agora é que não estamos repetindo 2021, quando o mercado atingia máximas, mas a amplitude estava se deteriorando. Acho que é uma configuração relativamente saudável”. Isso significa que o crescimento está mais equilibrado, com maior participação de empresas e setores.
Os Estados Unidos como porto seguro
Enquanto os mercados americanos atraem investidores em grande escala, outras regiões enfrentam uma retirada significativa de recursos. Os fundos voltados para mercados emergentes, como China e Brasil, perderam US$ 8 bilhões (aproximadamente R$ 48,6 bilhões). Na Europa Ocidental, a saída foi ainda mais expressiva, com US$ 14 bilhões (R$ 85,1 bilhões) retirados. Esse contraste reforça a percepção de “excepcionalismo americano“, termo usado por analistas do Bank of America para descrever a força do mercado dos EUA em meio às incertezas globais.
“Quando há risco geopolítico no mundo, os EUA são um porto seguro, mesmo que sejam a causa desse risco geopolítico, ironicamente”, explicou Mullarkey. A força do setor de tecnologia e a liderança americana em inovação consolidam essa atratividade.
Políticas de Trump impulsionam confiança no mercado
As escolhas de Donald Trump para liderar órgãos estratégicos, como Scott Bessent no Tesouro e Paul Atkins na Comissão de Valores Mobiliários, são vistas como indicativos de uma gestão voltada ao crescimento. Aliado a isso, o presidente eleito tem se comprometido publicamente com a redução de regulamentações e impostos, criando um ambiente mais favorável ao setor privado.
O impacto dessas promessas já é sentido no comportamento dos investidores. A injeção de recursos massivos no mercado americano não apenas impulsiona recordes históricos, mas também reforça a confiança de que a nova administração priorizará o crescimento econômico como uma de suas principais bandeiras.
Liderança econômica em escala global
Além de movimentar os mercados internos, a vitória de Trump consolidou a imagem dos Estados Unidos como liderança global em termos de resiliência econômica. Mesmo em um cenário de risco geopolítico, a confiança no país permanece alta, atraindo investidores que buscam estabilidade e rentabilidade.
Com a implementação de sua agenda, Trump deverá não apenas fortalecer o mercado financeiro, mas também consolidar sua marca como um líder capaz de transformar a economia americana em uma referência mundial.
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