Lula entregou a maior honraria do Brasil ao “Carniceiro de Damasco”

Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul foi entregue a Bashar al-Assad, conhecido como “Carniceiro de Damasco”.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O Brasil caminha para corrigir um dos episódios mais controversos da política externa conduzida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um projeto de 2018 que visa cassar a condecoração do ditador sírio Bashar al-Assad, concedida durante o segundo mandato de Lula, finalmente teve andamento na Câmara dos Deputados. A proposta, apresentada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ganhou relator cinco anos depois, sendo atribuído ao deputado Rodrigo Valadares (União-SE).

Bashar al-Assad, que governou a Síria por mais de duas décadas, foi reconhecido globalmente como um dos mais brutais tiranos da história recente. Apelidado de “Carniceiro de Damasco”, ele é acusado de liderar uma repressão violenta contra opositores, ordenar execuções em massa e promover perseguições étnicas, resultando na fuga de mais de cinco milhões de sírios.

A decisão de Lula, em 2010, de conceder ao ditador a mais alta honraria brasileira, o Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, gerou críticas na época e voltou a ser alvo de questionamentos. O parlamentar Rodrigo Valadares ressaltou a importância de desassociar o Brasil de regimes autoritários. “Temos que corrigir qualquer ligação do Brasil com ditadores. A retirada dessa honraria é o primeiro passo. Da mesma forma, a ligação com Maduro que gerou proposição de impeachment do Lula”, afirmou.

Além de Assad, o ex-presidente também demonstrou publicamente admiração por outros líderes ditatoriais do Oriente Médio. Lula chamou o ex-líder líbio Muammar Kadhafi de “meu ídolo, meu irmão”, antes do regime de Kadhafi ser derrubado e ele ser morto por insurgentes.

A proposta de cassação da honraria reflete não apenas um esforço para corrigir gestos que, segundo críticos, envergonham o Brasil, mas também reafirma a defesa dos direitos humanos. Como reforçou o deputado Valadares, “devemos repudiar o terrorismo e defender a prevalência dos direitos humanos”.

A iniciativa é um passo importante para romper qualquer associação do país com líderes que violaram brutalmente os princípios democráticos e os direitos de seus povos.

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