Presidente argentino endurece discurso contra o regime chavista e classifica Maduro como “ditador criminoso”.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O presidente da Argentina, Javier Milei, elevou o tom contra o regime de Nicolás Maduro nesta terça-feira, 17, após o sequestro do militar argentino Nahuel Gallo pelas forças de segurança venezuelanas. Durante um evento no Colégio Militar de Buenos Aires, Milei não poupou críticas, referindo-se a Maduro como “ditador criminoso” e afirmando que o governo argentino fará o possível para resolver o impasse.
“Em primeiro lugar, e antes de iniciar o discurso, quero referir-me ao sequestro ilegal de Nahuel Gallo na Venezuela. Foi detido pelas Forças de Segurança a cargo do ditador criminoso Nicolás Maduro pelo único crime de visitar a sua companheira e o seu filho”, declarou Milei em seu discurso, sinalizando uma postura mais rígida contra Caracas.
O episódio aconteceu no dia 10 de dezembro, quando Nahuel Gallo, um guarda militar argentino, foi detido enquanto visitava sua esposa e filho na Venezuela. O governo de Maduro alega que Gallo, que estava em período de férias, realizava atividades de espionagem – uma acusação rechaçada pelo governo argentino. A prisão foi confirmada pelo segundo homem mais poderoso do chavismo, Diosdado Cabello, que questionou as razões para a presença de Gallo no país.
“Uma pessoa foi presa. Você entra no Instagram dele, ele viaja o mundo todo, mas o salário dele é de 500 dólares. O que você veio fazer na Venezuela? Qual foi sua tarefa? Eles não dizem isso”, declarou Cabello, reforçando a narrativa do regime venezuelano.
Relações diplomáticas em ruínas
O incidente ocorre em um momento de tensão entre Argentina e Venezuela. Desde que Javier Milei reconheceu a vitória de Edmundo González Urrutia como legítimo presidente eleito da Venezuela nas eleições de julho, a relação bilateral foi praticamente rompida. Maduro, por sua vez, retaliou expulsando os representantes diplomáticos argentinos de Caracas, levando o Brasil a assumir a segurança do prédio da embaixada argentina.
Além disso, a crise diplomática se agrava devido à presença de seis opositores venezuelanos refugiados na embaixada argentina desde março deste ano. O grupo, que busca proteção contra a perseguição do regime chavista, se tornou mais um ponto de atrito entre os dois países.
Pressão internacional
O governo Milei intensificou os esforços para repatriar Nahuel Gallo e assegurou que usará todos os meios diplomáticos disponíveis para resolver a situação. Segundo o presidente argentino, o país está disposto a “esgotar todos os canais diplomáticos” até que o militar seja libertado.
A posição dura adotada por Milei é parte de uma estratégia que busca não apenas garantir a libertação de Gallo, mas também enviar uma mensagem de resistência contra o regime chavista. Com essa abordagem, a Argentina sinaliza um novo capítulo nas relações com países governados por líderes autoritários, especialmente em uma América Latina polarizada.
Enquanto os esforços diplomáticos seguem, familiares de Nahuel Gallo aguardam respostas. O militar, cuja missão pessoal era simplesmente visitar a família, acabou no centro de um embate político que pode ter desdobramentos regionais.
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