Presidente argentino demonstra desdém em evento sul-americano, enquanto Lula tenta defender produtos do bloco.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Na última cúpula do Mercosul, realizada com os principais líderes do bloco, a tensão entre o presidente argentino, Javier Milei, e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ficou evidente. Durante a fala de Lula sobre a qualidade e segurança dos produtos do Mercosul, Milei riu, levou as mãos ao rosto e demonstrou impaciência. A cena chamou atenção e ganhou destaque nas redes sociais, reforçando a postura crítica de Milei em relação ao petismo.
Lula afirmou: “O Mercosul é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental”. O presidente brasileiro também enfatizou que não toleraria questionamentos sobre a qualidade dos produtos do bloco, em alusão à decisão do Carrefour na França, que recentemente suspendeu a compra de carnes do Mercosul por dúvidas quanto à procedência.
Atritos históricos entre os dois líderes
A relação entre os presidentes de Brasil e Argentina já vinha marcada por trocas de farpas públicas antes mesmo da eleição de Milei. Em setembro de 2023, o argentino classificou Lula como “um grande corrupto” e afirmou que não faria negócios “com nenhum comunista”. Para Javier Milei, o petista “não é só um socialista, mas alguém com uma vocação totalitária”.
Lula, por sua vez, adotou um tom crítico ao comparar Milei a Jair Bolsonaro, afirmando que ambos “agem contra o sistema”. Em declarações mais recentes, Lula deixou claro que não se sente obrigado a gostar de presidentes de outros países, citando o argentino como exemplo.
Distanciamento nas relações bilaterais
O gelo entre os dois ficou ainda mais evidente na posse de Milei, em dezembro de 2023. Enquanto Jair Bolsonaro foi convidado diretamente pelo argentino e ocupou um lugar de destaque na cerimônia, Lula optou por não comparecer, enviando o chanceler Mauro Vieira para representá-lo.
No encontro mais recente, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, a interação entre os dois líderes foi mínima. A recepção entre eles foi breve e sem demonstrações de cordialidade, diferente do tom adotado por Lula com outros chefes de Estado.
Milei, ao adotar uma postura firme contra o socialismo e o comunismo, segue fortalecendo alianças com figuras conservadoras e reafirmando seu compromisso com a defesa de valores liberais. Enquanto isso, Lula enfrenta dificuldades para manter um protagonismo político no cenário sul-americano, com desafios internos e externos que questionam sua liderança.
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