Ministério da Saúde atualiza orientações para vigilância do Oropouche

Foto: Flávio Carvalho / Fio Cruz / WMP Brasil
Com aumento de casos, pasta reforça estratégias de vigilância, prevenção e capacitação para enfrentar a doença transmitida pelo inseto maruim.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

Em resposta ao aumento dos casos de Oropouche, o Ministério da Saúde do Brasil publicou uma atualização das orientações para vigilância, prevenção e controle da doença, em nota técnica divulgada nesta semana. A medida surge após o Colóquio sobre a Emergência de Oropouche no Espírito Santo, realizado em dezembro de 2024, evento que reuniu especialistas, pesquisadores e gestores para revisar estratégias e trocar experiências no enfrentamento da doença.

Aumento de casos e atualização epidemiológica

O Brasil tem vivenciado um crescimento no número de casos de Oropouche desde 2023, com 11.600 casos confirmados até a semana 50 de 2024. A doença foi identificada em 22 estados, com exceção do Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, que reportaram apenas casos importados. Entre os dados mais alarmantes, estão os quatro óbitos confirmados e outros quatro em investigação, além de cinco casos de transmissão vertical, com quatro óbitos fetais e um caso de anomalia congênita.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, o Espírito Santo tem concentrado a maioria dos casos, com 98,7% das notificações nas últimas quatro semanas. O estado implementou uma vigilância intensificada, aumentando a testagem para arboviroses como dengue, Zika e chikungunya, o que tem ajudado a melhorar o diagnóstico da Oropouche.

Estratégias de prevenção e controle

Para prevenir a infecção, o Ministério da Saúde recomenda o uso de roupas protetoras e a instalação de telas e mosquiteiros nas residências para proteger a população do inseto transmissor, o maruim. A pasta também reforçou a importância do manejo ambiental, com a limpeza de áreas públicas e privadas para evitar a proliferação do vetor. Grávidas devem ter cuidados especiais, evitando atividades de risco de exposição ao transmissor.

Capacitação e monitoramento

Desde o início de 2024, o Ministério tem promovido diversas ações, incluindo oficinas e treinamentos para profissionais de saúde em todo o Brasil. Um dos principais objetivos tem sido sensibilizar os profissionais de saúde sobre a vigilância, diagnóstico e manejo clínico da Oropouche, além de intensificar o monitoramento da transmissão vertical do vírus, um fator preocupante para a saúde das gestantes e fetos.

Entre as ações destacadas, estão a realização da I Oficina para Discussão das Ações de Vigilância, Assistência e Pesquisa, em Manaus, e a publicação de notas técnicas que orientam sobre a vigilância de casos em gestantes e o diagnóstico de anomalias congênitas associadas à infecção. Em outubro, foi realizado um treinamento com profissionais de laboratórios para padronizar os protocolos de diagnóstico do vírus em tecidos humanos e animais, incluindo primatas não-humanos.

O aumento de casos de Oropouche exige uma resposta rápida e coordenada das autoridades de saúde. A atualização das orientações pelo Ministério da Saúde e as ações de capacitação e investigação estão sendo fundamentais para melhorar a vigilância da doença, especialmente em áreas com surtos. A prevenção e o manejo adequado da doença são essenciais para proteger a população, especialmente grupos vulneráveis como gestantes, e para evitar a disseminação de novos casos.

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