
Netanyahu promete reação firme a qualquer influência iraniana ou apoio ao Hezbollah no novo regime sírio.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enviou uma mensagem direta ao novo governo de transição da Síria, liderado por Mohammed al-Bashir, estabelecendo limites claros para garantir a segurança nacional israelense. A recente mudança de poder no país vizinho, marcada pela derrubada do regime de Bashar al-Assad pelo grupo rebelde Tahrir al-Sham (HTS), trouxe à tona preocupações sobre a possível influência do Irã e do Hezbollah na nova administração.
Netanyahu foi enfático ao declarar que Israel não permitirá que seus inimigos regionais se fortaleçam na Síria.
“Se o novo regime na Síria permitir que o Irã se restabeleça, ou permitir a transferência de armas para o Hezbollah, responderemos fortemente e cobraremos dele um preço elevado”, afirmou em uma mensagem publicada no X.
A declaração vem acompanhada de uma clara advertência: “O que aconteceu com o regime anterior também acontecerá com este regime”, ressaltou Netanyahu, destacando que Israel está preparado para agir de forma decisiva contra qualquer ameaça que comprometa sua segurança.
Movimentação militar estratégica
Demonstrando sua determinação, Israel deslocou tropas para as zonas desmilitarizadas nas Colinas de Golã, marcando a primeira presença militar na área desde a guerra de 1973. Paraquedistas israelenses foram enviados para fortalecer a segurança da região fronteiriça com a Síria, que tem sido foco de preocupações estratégicas devido à proximidade com grupos apoiados pelo Irã.
“O objetivo desta operação é exclusivamente proteger nossas comunidades nas Colinas de Golã e garantir a segurança de nossos cidadãos”, declararam as Forças de Defesa de Israel (FDI) em comunicado.
Apesar da movimentação, as FDI enfatizaram que não têm interesse em interferir nos assuntos internos da Síria, mas buscam impedir que milícias hostis se aproximem da fronteira.
Ataques aéreos preventivos
A resposta israelense não se limitou ao reforço militar terrestre. Nos últimos dias, Israel lançou uma série de ataques aéreos contra alvos estratégicos na Síria, incluindo três bases aéreas cruciais para o exército sírio: Qamishli, no nordeste; Shinshar, em Homs; e Aqrba, próximo a Damasco. Essas instalações, de acordo com fontes israelenses, abrigavam helicópteros e jatos que poderiam ser usados para fortalecer as capacidades de grupos hostis, como o Hezbollah.
Além das bases aéreas, Israel também atingiu um centro de pesquisa em Damasco, acusado pelos Estados Unidos de desenvolver armas químicas, e um centro de guerra eletrônica próximo a Sayeda Zainab. A operação foi descrita por analistas militares como um esforço para impedir que equipamentos sofisticados caiam nas mãos de inimigos de Israel.
Netanyahu destacou que os bombardeios são parte de uma estratégia preventiva e que não permitiria que o Irã, o Hezbollah ou quaisquer outras forças inimigas estabeleçam um ponto de apoio próximo ao nosso território.
Garantia de segurança regional
Para Israel, a estabilidade de sua fronteira norte é uma prioridade absoluta. A mudança no panorama político sírio aumenta os desafios de segurança, especialmente com o histórico de alianças entre o Irã, o Hezbollah e o regime anterior de Assad.
A decisão de reforçar a presença militar e lançar ataques preventivos reflete o compromisso de Israel em neutralizar ameaças antes que elas se materializem. Essa postura firme é vista como um alerta tanto ao novo governo sírio quanto a outros atores regionais que possam tentar explorar a instabilidade na região para avançar agendas hostis.
Com a vigilância nas Colinas de Golã e uma postura proativa contra qualquer tentativa de fortalecimento inimigo, Israel demonstra que sua prioridade é a segurança de seu povo, mesmo diante de um cenário regional complexo.
Leia mais
Entenda como é a trepanação, cirurgia realizada em Lula
Polícia desarticula esquema de tráfico internacional de drogas que utilizava os Correios no Brasil
Trump celebra queda de Assad e critica alinhamento russo na Síria
Faça um comentário