Oposição sul-coreana formaliza pedido de impeachment contra presidente após decreto de lei marcial

Movimento reúne 191 parlamentares de seis partidos e aponta abuso de poder de Yoon Suk-yeol.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Os partidos de oposição da Coreia do Sul protocolaram nesta quarta-feira (4) um pedido de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol, membro do Partido do Poder Popular. A iniciativa foi assinada por 191 parlamentares de seis siglas, incluindo o Partido Democrata, o maior da oposição. O pedido ocorre após o polêmico decreto de lei marcial feito por Yoon na terça-feira (3), revogado horas depois.

A justificativa do presidente para a medida extrema foi conter movimentos que ele classificou como “pró-Coreia do Norte”. Durante o período em vigor, a lei marcial suspendeu direitos civis, restringiu a atuação da imprensa e das Forças Armadas, e substituiu as leis por normas militares. O decreto gerou protestos populares e fortes críticas no Parlamento.

Cronologia da crise

O episódio teve início na noite de terça-feira (3.dez), quando Yoon Suk-yeol anunciou a medida às 23h (horário local). Minutos depois, Han Dong-hoon, líder do partido governista, posicionou-se contra a decisão e se uniu à oposição para barrá-la. À 1h da manhã de quarta-feira (4), enquanto parlamentares iniciavam a votação pela suspensão da lei marcial, forças militares tentaram invadir a Assembleia Nacional, gerando confrontos com manifestantes.

A votação foi concluída às 2h, com os 190 parlamentares presentes rejeitando a medida. Sob pressão, o presidente revogou o decreto às 4h30, mas as consequências políticas continuaram a se intensificar.

Movimentos de impeachment

Após a revogação, líderes da oposição afirmaram que o decreto de lei marcial representou um grave abuso de poder. “Não há precedentes para um ato tão autoritário na história recente do nosso país. Não podemos permitir que ações como essa se repitam”, declarou um porta-voz do Partido Democrata.

A análise do pedido de impeachment está prevista para ocorrer em sessões parlamentares entre quinta-feira (5) e sábado (7). Se aprovado, o caso será enviado ao Tribunal Constitucional para avaliação final.

Impacto político

A crise já resultou na renúncia de dez secretários do governo Yoon, aprofundando o isolamento do presidente. Manifestações continuam a ocorrer em Seul, enquanto líderes internacionais acompanham de perto o desenrolar dos acontecimentos.

A oposição exige respostas claras e considera o impeachment essencial para proteger a democracia sul-coreana. Yoon Suk-yeol, por sua vez, ainda não se pronunciou sobre o pedido protocolado.

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