Grupo usava cargas de flores para transportar drogas e empresas de fachada para ocultar recursos ilícitos; operação cumpriu 69 mandados judiciais.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou uma das maiores organizações criminosas do país especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A operação, denominada “Operação Oleandro”, revelou um esquema que movimentou quase R$ 200 milhões em apenas dois anos, utilizando métodos sofisticados para transporte de entorpecentes e ocultação de recursos financeiros.
Início das investigações
As apurações começaram em 2023, quando uma mala com 29 quilos de cocaína foi encontrada abandonada. A descoberta levou os investigadores a monitorar as atividades de um grupo criminoso que utilizava cargas de flores e plantas ornamentais como fachada para transportar grandes quantidades de drogas, como cocaína, maconha e skunk (uma versão mais potente da maconha), para diversos estados brasileiros.
O grupo se destacava pela estrutura organizada, com divisões claras de tarefas, capacidade logística avançada e conexões nacionais que garantiam a distribuição eficiente dos entorpecentes.
A operação
Deflagrada nesta quinta-feira (19), a operação mobilizou centenas de agentes em diversas cidades do Brasil. Foram cumpridos:
•23 mandados de prisão temporária;
•46 mandados de busca e apreensão.
As ações ocorreram no Distrito Federal, em São Paulo e em outros estados, resultando em apreensão de drogas, armas e documentos financeiros. Entre os itens apreendidos, chamou atenção uma pistola com detalhes em ouro, encontrada em um dos endereços relacionados aos suspeitos.
Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de:
•R$ 10 milhões em contas de pessoas físicas;
•R$ 100 milhões de empresas ligadas ao grupo criminoso.
Empresas de fachada
A organização criminosa utilizava quatro empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Três dessas empresas estavam localizadas em São Paulo e uma no Distrito Federal. Apenas uma delas foi responsável por movimentar R$ 199 milhões nos últimos dois anos, segundo a PCDF. Essas empresas apresentavam faturamentos altos e incompatíveis com suas atividades declaradas, levantando suspeitas que foram confirmadas pelas investigações.
Prisões e apreensões
Na última semana, uma das principais fornecedoras da organização foi presa em flagrante enquanto transportava 100 quilos de maconha e 20 quilos de skunk em um veículo alugado. Durante a operação, os agentes também apreenderam armas de fogo e documentos relacionados às transações financeiras ilícitas.
Nome e impacto da operação
Batizada de “Operação Oleandro”, em referência à planta tóxica que pode ser fatal com a ingestão de uma única folha, a ação policial simboliza a periculosidade e o impacto destrutivo da organização criminosa. A operação desarticulou tanto a logística de transporte quanto o esquema financeiro do grupo, enfraquecendo sua capacidade de operar.
Crimes e punições
Os investigados responderão pelos seguintes crimes:
•Tráfico de drogas (pena de 5 a 15 anos de reclusão);
•Lavagem de dinheiro (pena de 3 a 10 anos de reclusão);
•Participação em organização criminosa (pena de 3 a 8 anos de reclusão).
Conclusão
A Operação Oleandro representa um marco no combate ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro no Brasil. Ao desarticular um esquema que combinava logística sofisticada e altos valores financeiros, a PCDF enviou um recado claro às organizações criminosas: as autoridades estão cada vez mais preparadas para enfrentar crimes de alta complexidade e impacto social.
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