Ação faz parte da quinta fase da Operação Stamp, que visa desarticular organização criminosa na região de Pacaraima/RR.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Boa Vista/RR – A Polícia Federal prendeu neste sábado (7) um homem em Pacaraima, Roraima, por suspeita de envolvimento em crimes de corrupção ativa, promoção de imigração ilegal e participação em organização criminosa. A operação, denominada Stamp, chega à sua quinta fase em 2024, com foco na repressão de práticas ilícitas relacionadas à imigração na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
Reincidência no crime
De acordo com as investigações, o preso já havia sido detido em flagrante na segunda fase da operação, realizada em julho de 2024, por envolvimento em atividades semelhantes. Na época, foi liberado após audiência de custódia, mas continuou a ser monitorado pelas autoridades. As evidências indicaram que ele retornou à prática criminosa, o que culminou em sua nova prisão.
Segundo a PF, o indivíduo desempenhava papel importante dentro da organização criminosa, facilitando a entrada irregular de imigrantes no Brasil. Ele também teria oferecido vantagens ilícitas para burlar fiscalizações nas barreiras fronteiriças.
A Operação Stamp
Lançada inicialmente para investigar irregularidades na imigração, a Operação Stamp tem como alvo um esquema organizado que utiliza a vulnerabilidade de imigrantes venezuelanos para obter ganhos ilícitos. A organização criminosa seria responsável por cobrar valores exorbitantes dos imigrantes em troca de entrada ilegal no território brasileiro, oferecendo ainda documentação fraudulenta e promessas de regularização que nunca se concretizavam.
Além do crime de promoção de imigração ilegal, o grupo é acusado de falsificação de documentos, corrupção de servidores públicos e outros delitos relacionados.
A situação na fronteira
A região de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, é um dos principais pontos de entrada de migrantes em situação de vulnerabilidade no Brasil. A crise econômica e humanitária no país vizinho tem levado milhares de venezuelanos a buscar refúgio no território brasileiro, aumentando a pressão nas fiscalizações e abrindo margem para atividades ilícitas.
Próximos passos
O preso foi encaminhado para a sede da Polícia Federal em Boa Vista, onde será ouvido e permanecerá à disposição da Justiça. Ele poderá responder pelos crimes de corrupção ativa, promoção de imigração ilegal e participação em organização criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A PF informou que as investigações continuam, com o objetivo de identificar outros membros da organização criminosa e desarticular completamente o esquema.
“Esse tipo de crime não apenas desrespeita as leis de imigração, mas também explora pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, o que é inaceitável”, afirmou o delegado responsável pela operação.
A Operação Stamp seguirá em novas fases, conforme surgirem mais evidências e alvos a serem investigados.
Orientação às vítimas
A Polícia Federal reforça que vítimas de esquemas de imigração ilegal ou pessoas que tenham informações sobre atividades ilícitas na região podem entrar em contato por meio dos canais de denúncia anônima disponíveis.
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