“Viva o SUS”, mas só para o povo: Lula se refugia na elite médica em mais uma emergência

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O presidente enaltece o Sistema Único de Saúde, mas busca tratamento em hospital privado de elite, levantando críticas.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

A recente internação de Luiz Inácio Lula da Silva no Hospital Sírio-Libanês reacendeu o debate sobre a coerência entre seu discurso político e suas escolhas pessoais. Mais uma vez, o presidente optou por um dos hospitais mais prestigiados do país, evitando o Sistema Único de Saúde (SUS), que ele frequentemente exalta em discursos públicos.

Críticas de adversários políticos

Entre os opositores, a postura de Lula gerou indignação. O vereador paulistano Rubinho Nunes (União) provocou: “Me intriga a opção pelo Sirio-Libanês. Lula poderia muito bem ter ido pra UBS de Ceilândia. Viva o SUS!”

Lucas Pavanato (PL), vereador eleito para a Câmara Municipal de São Paulo, foi direto ao ponto: “‘Viva o SUS, mas vou para o Sírio Libanês.’ Descondenado, Lula.”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também entrou no debate, lembrando declarações passadas de Lula que questionaram a facada sofrida por Jair Bolsonaro em 2018: “Primeiramente, ‘Viva o SUS‘!”.

O abismo entre palavras e ações

O ponto central das críticas não é a qualidade do SUS, mas o contraste entre o discurso do presidente e suas decisões práticas. Em diversas ocasiões, Lula exaltou o sistema de saúde pública brasileiro, posicionando-o como exemplo internacional.

Em um evento recente, Lula declarou: “Eu tenho dito para Nísia [Trindade, ministra da Saúde] que nós precisamos mostrar ao mundo, todo santo dia, que o SUS não é apenas grande. O SUS é o melhor sistema de saúde pública que um país de mais de 100 milhões de habitantes tem.”

Entretanto, na noite de segunda-feira, 9 de dezembro, ao enfrentar uma hemorragia considerada “mais importante”, segundo seu médico Roberto Kalil, Lula escolheu o atendimento do Sírio-Libanês.

A realidade do SUS

Embora seja inegável que a capilaridade do SUS foi essencial no enfrentamento da pandemia de COVID-19, também é fato que o sistema apresenta limitações severas. Milhões de brasileiros convivem com filas intermináveis, demora para exames e tratamentos, além de infraestrutura precária em muitas unidades de saúde.

A idealização do SUS promovida pelo presidente encontra pouca ressonância na experiência prática dos usuários, que frequentemente enfrentam desafios para conseguir atendimento básico.

Coerência como princípio

O episódio reforça um ponto crítico: a necessidade de maior coerência por parte dos líderes políticos. Se Lula enaltece o SUS como “o melhor sistema de saúde pública em países de grande população”, por que não confia nele para suas próprias emergências médicas?

A contradição é evidente e alimenta o ceticismo sobre a autenticidade de seu discurso. O SUS, como qualquer sistema público, merece ser analisado com seriedade. Problemas estruturais, reclamações de usuários e denúncias de má gestão devem ser encarados de frente, sem romantizações ou bravatas.

Enquanto a realidade do SUS continuar distante do ideal propagado por Lula, será inevitável que suas escolhas pessoais sejam vistas como um reflexo de uma liderança desconectada da realidade do povo que diz representar.

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