
Aeronave da Jeju Air explode após ultrapassar pista em Muan; autoridades realizam buscas em empresas e avaliam infraestrutura do aeroporto.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
No domingo, 29 de dezembro, o pior desastre aéreo da história da Coreia do Sul deixou 179 mortos após um avião da Jeju Air ultrapassar a pista do Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste do país, e explodir ao colidir com um barranco.
O voo 7C2216, que partiu de Bangkok, na Tailândia, enfrentava sua descida final quando o acidente ocorreu. Dois membros da tripulação, que estavam na cauda do Boeing 737-800, foram resgatados com vida pelos socorristas. Um deles permanece em estado crítico, enquanto o outro está sendo tratado de ferimentos graves, segundo o Ministério dos Transportes.
Polícia intensifica investigações
Na quinta-feira, 2 de janeiro, a polícia sul-coreana realizou buscas nos escritórios da Jeju Air, na operadora do aeroporto e na autoridade de aviação do Ministério dos Transportes em Muan. Os investigadores apreenderam documentos e materiais relacionados à operação e manutenção da aeronave e às instalações aeroportuárias.
O presidente-executivo da Jeju Air, Kim E-bae, e um funcionário não identificado foram proibidos de deixar o país. Eles são considerados testemunhas-chave e podem enfrentar acusações de negligência que resultou em mortes, crime que prevê pena de até cinco anos de prisão ou multa de 20 milhões de wons (aproximadamente US$ 13.600).
Causas em análise: falhas na infraestrutura aeroportuária
Especialistas em segurança aérea estão investigando as circunstâncias que levaram ao desastre, com foco em um aterro rígido próximo ao final da pista, projetado para sustentar uma antena de navegação.
Segundo Najmedin Meshkati, professor de engenharia da Universidade do Sul da Califórnia, a estrutura de concreto era “muito rígida e inadequadamente posicionada”, tornando-se um fator catastrófico no impacto do avião. A instalação padrão para esse tipo de equipamento geralmente utiliza torres de metal mais flexíveis, reduzindo os riscos em caso de colisões.
O Ministério dos Transportes admitiu que ainda não possui detalhes claros sobre as modificações no aeroporto de Muan que levaram à instalação dessa estrutura. O vice-ministro da aviação civil, Joo Jong-wan, informou que verificações estão sendo realizadas em aeroportos de todo o país para avaliar a segurança dos sistemas de navegação.
Análise de dados da cabine
O gravador de voz da cabine, que pode revelar detalhes cruciais sobre os momentos finais do voo, já teve seus dados convertidos em arquivos de áudio, informou Joo Jong-wan. Esses registros serão fundamentais para determinar as ações da tripulação e as condições enfrentadas durante o pouso.
Jeju Air coopera com as investigações
Em coletiva de imprensa, o diretor da Jeju Air, Song Kyeong-hoon, afirmou que a companhia aérea está cooperando totalmente com a polícia e fornecendo acesso a todas as informações solicitadas.
Impacto e medidas futuras
O acidente expôs falhas na infraestrutura aeroportuária e nos protocolos de segurança da aviação sul-coreana, gerando pressão para mudanças imediatas. O Ministério dos Transportes e as autoridades de aviação se comprometeram a revisar os padrões de segurança e implementar melhorias nos aeroportos do país.
A tragédia em Muan deixa uma marca devastadora na história da aviação sul-coreana e ressalta a importância de reforçar medidas de segurança para evitar futuros desastres.
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