Ataque ao assentamento Olga Benário resulta em dois mortos em Tremembé (SP); suspeito continua foragido

Foto: Reprodução.
Dois homens foram assassinados durante o ataque ao assentamento, que é alvo de disputas de terras. A polícia investiga se os responsáveis estavam envolvidos diretamente na disputa ou foram contratados para cometer o crime.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

O ataque a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Tremembé, no interior de São Paulo, deixou dois mortos e seis feridos na noite da última sexta-feira (10). O crime ocorreu após uma disputa que se arrastou por meses sobre um terreno de 5.000 metros quadrados, vazio há pelo menos dois anos. O local faz parte do Assentamento Olga Benário, área regularizada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde 2005.

O terreno, próximo à área urbana de Tremembé, estava sendo cobiçado por grileiros que tentavam dividir o lote e mudar seu uso para urbano. As tensões aumentaram com as ameaças e investidas contra os moradores. A vigília de moradores para proteger o terreno aconteceu na noite do ataque, e os agressores, ainda não totalmente identificados pela polícia, chegaram por volta das 23h. Durante o confronto, Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram mortos.

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De acordo com o dirigente regional do MST, Altamir Bastos, os moradores começaram a se preparar para uma possível invasão após vários ataques anteriores, incluindo o roubo de canos do poço artesiano do assentamento. No dia do ataque, um dos agressores, identificado como Ítalo Rodrigues da Silva, foi até o assentamento e ameaçou os moradores, dizendo que voltaria mais tarde para tomar o terreno. Ítalo, até o momento, está foragido, com a prisão temporária decretada pela Justiça.

A polícia local investiga o caso e apura se os responsáveis pelo ataque estavam diretamente envolvidos na disputa pela área ou se foram contratados para realizar o crime. As outras vítimas do atentado, entre elas irmãos e outros moradores, foram socorridas e levadas a hospitais, com alguns deles em estado grave.

Além disso, o MST denuncia o aumento da pressão de grileiros sobre assentamentos próximos a áreas urbanas, especialmente após a regularização de terras nos últimos anos, o que tem atraído interesse por terrenos que poderiam ser vendidos como urbanos.

O Incra, por sua vez, afirmou que a fiscalização no local foi intensificada e que as irregularidades, como a ocupação de áreas coletivas ou de reserva legal, foram sanadas, reconhecendo ainda a seriedade do ataque sofrido pelas famílias do assentamento.

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