Azul e Gol anunciam fusão para criar gigante da aviação brasileira

Foto: Reprodução.
Com mais de 60% de participação no mercado, o novo grupo promete maior conectividade e competitividade no setor aéreo, aguardando aprovação do CADE e da ANAC.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

As companhias aéreas Azul e Gol deram um passo significativo no setor de aviação ao assinarem, na última quarta-feira (15), um memorando de entendimento que prevê sua fusão, dependendo da aprovação dos órgãos reguladores, como o CADE e a ANAC. A operação, caso aprovada, deve ser concluída até 2026, criando uma gigante com mais de 60% de participação no mercado de passageiros.

Impacto da fusão no mercado de aviação

Com pouca sobreposição de destinos, a combinação das duas aéreas promete transformar o panorama do setor, consolidando um único grupo que dominaria a aviação brasileira. O CEO da Azul, John Rodgerson, que assumirá a presidência do novo conglomerado, destacou a importância da criação de uma empresa nacional de grande porte.

Rodgerson também explicou que, embora o índice de concentração no mercado seja elevado, não há impedimentos para a fusão, citando como exemplo o mercado chileno e algumas rotas brasileiras operadas pela Latam, que apresentam concentração semelhante.

Porém, a fusão só ocorrerá após a recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, que está em processo de reestruturação no âmbito do Chapter 11. A renegociação da dívida da Gol com seus credores é uma condição essencial para que a fusão se concretize.

Modelo de governança e participação das empresas

O modelo de governança do novo grupo será compartilhado entre as duas empresas. De acordo com o memorando obtido pelo Painel S.A., a Azul indicará o CEO do novo grupo, cargo que ficará com John Rodgerson. Já a Gol, representada pela holding Abra, indicará o presidente do conselho de administração. O conselho será composto por nove membros, com três indicações de cada empresa e outros três membros independentes.

Apesar da fusão, as marcas Azul e Gol continuarão a existir de forma separada. As companhias, no entanto, compartilharão recursos, como aeronaves, permitindo que um voo operado por uma empresa possa ser realizado por aviões da outra. A fusão também trará mais conectividade entre grandes cidades e destinos remotos, especialmente no Norte, Centro-Oeste e Nordeste, através de conexões únicas e o uso de jatos menores, como os da Embraer. A Azul, que já tem um histórico de aquisição de aeronaves da fabricante brasileira, continuará com essa estratégia.

Perspectivas de crescimento

A fusão visa criar uma companhia mais robusta, com maior capacidade de competir no cenário internacional. O CFO da Abra, Manuel Irarrázaval, destacou a confiança de que a fusão abrirá caminho para uma empresa mais bem capitalizada e com perspectivas de crescimento, aproveitando as sinergias entre as operações nacionais e internacionais das duas empresas.

Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela Gol, que resultaram em sua recuperação judicial, ela manterá participação significativa no novo grupo, com pelo menos 10% das ações, dependendo do capital gerado após a reestruturação.

A conclusão da fusão e os impactos regulatórios serão acompanhados de perto pelos órgãos responsáveis, com a expectativa de que esse processo reconfigurará o setor aéreo brasileiro nos próximos anos.

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