Parlamentares de partidos governistas se unem à oposição e assinam pedido de afastamento do presidente após TCU apontar irregularidades no programa Pé-de-Meia.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A base governista de Lula começa a dar sinais de rachadura com a adesão de 36 deputados de partidos aliados ao pedido de impeachment do presidente. Parlamentares do MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP – siglas que ocupam ministérios no governo – decidiram assinar o documento que será apresentado na Câmara na próxima semana. O movimento, que já conta com 117 assinaturas, fortalece a pressão contra o petista e evidencia o descontentamento dentro da própria base.
A solicitação do impeachment foi impulsionada após o Tribunal de Contas da União (TCU) identificar irregularidades no programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação. Segundo o órgão, o governo utilizou R$ 3 bilhões sem a devida autorização legal, o que configuraria uma pedalada fiscal semelhante à que resultou no afastamento de Dilma Rousseff em 2016. A acusação ganhou força entre parlamentares, inclusive entre aqueles que fazem parte de partidos governistas.
Parlamentares da base engrossam movimento pelo afastamento
A participação de deputados de legendas que compõem a administração federal na assinatura do pedido de impeachment demonstra a crescente insatisfação dentro do Congresso. O União Brasil, que ocupa três ministérios – Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional – teve 16 parlamentares apoiando a medida. Já o MDB, partido dos ministros dos Transportes, Cidades e Planejamento, registrou cinco assinaturas.
O PSD, que comanda Minas e Energia, Agricultura e Pesca, viu quatro de seus deputados aderirem ao pedido. No PP, sigla que controla o Ministério do Esporte, oito parlamentares assinaram o documento. Já o Republicanos, responsável pela pasta de Portos e Aeroportos, contabilizou três adesões.
Essa movimentação surpreendeu o Planalto e demonstrou que o apoio ao governo está longe de ser sólido. Líderes da oposição avaliam que, com integrantes da base na lista de signatários, as chances de avanço do processo de impeachment aumentam.
Acusações e comparação com o impeachment de Dilma
A principal base do pedido de impeachment é a denúncia de irregularidades no programa Pé-de-Meia. Parlamentares afirmam que houve desvio de finalidade e uso indevido de recursos públicos sem respaldo legal. Para eles, a situação remete diretamente ao caso que levou ao afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) apontou semelhanças entre os casos:
“Há claros motivos para impeachment. Não havia previsão legal para a utilização de recursos do orçamento da União para o programa Pé-de-Meia. É um crime contra o orçamento, assim como foram as pedaladas fiscais que acabaram baseando o impeachment de Dilma Rousseff. Temos que ir para as ruas.”
Outro parlamentar que destacou a gravidade da denúncia foi Sanderson (PL-RS), que reforçou o impacto do uso indevido de verbas públicas:
“Estamos falando de um desvio de R$ 3 bilhões em um programa que sequer tinha autorização para utilizar esse dinheiro. Isso é pedalada fiscal. O mesmo motivo que derrubou Dilma.”
Com o aumento da mobilização, parlamentares da oposição já organizam manifestações e articulações políticas para pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a dar prosseguimento ao processo de impeachment.
Lista dos deputados governistas que assinaram o pedido de impeachment
PSD (4 deputados)
- Sargento Fahur (PR)
- Rodrigo Estacho (PR)
- Ismael dos Santos (SC)
- Stefano Aguiar (MG)
PP (8 deputados)
- Evair Vieira de Melo (ES)
- Dr. Luiz Ovando (MS)
- Delegado Fabio Costa (AL)
- Clarissa Tércio (PE)
- Pedro Westphalen (RS)
- Silvia Cristina (RO)
- Covatti Filho (RS)
- Afonso Hamm (RS)
União Brasil (16 deputados)
- Rodrigo Valadares (SE)
- Kim Kataguiri (SP)
- Coronel Assis (MT)
- Rosangela Moro (SP)
- Nicoletti (RR)
- Dayany Bittencourt (CE)
- Felipe Francischini (PR)
- Coronel Ulysses (AC)
- Nelsinho Padovani (PR)
- Zacharias Kalil (GO)
- Cristiane Lopes (RO)
- Pastor Diniz (AC)
- Alfredo Gaspar (AL)
- Dr. Fernando Máximo (RO)
- Eduardo Velloso (AC)
- Maurício Carvalho (RO)
Republicanos (3 deputados)
- Franciane Bayer (RS)
- Messias Donato (ES)
- Roberto Duarte (AC)
MDB (5 deputados)
- Pezenti (SC)
- Delegado Palumbo (SP)
- Thiago Flores (RO)
- Simone Marquetto (SP)
- Osmar Terra (RS)
Com parlamentares da base governista entre os signatários, o pedido de impeachment de Lula ganha força no Congresso e nas ruas. A crise política se intensifica, e a pressão para que o presidente da Câmara coloque o tema em votação só aumenta.
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