Doenças tropicais negligenciadas afetaram 20 milhões de crianças no Brasil

Foto: Laudomiro Bezerra/MS
Ministério da Saúde aponta avanços, mas alerta para desafios no combate às enfermidades.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Aproximadamente 20 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, de 0 a 14 anos, foram afetados por Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), conforme apontado pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. O estudo foi divulgado durante o II Seminário Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).

A situação das DTNs no Brasil

As DTNs abrangem um grupo de infecções que afetam principalmente populações vulneráveis, com acesso precário à saúde e ao saneamento básico. Entre as doenças analisadas no boletim estão doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmanioses visceral e tegumentar, tracoma, oncocercose, raiva humana e acidentes ofídicos. Em 2024, o Brasil alcançou um marco importante ao eliminar a filariose linfática (elefantíase) como problema de saúde pública, por meio do programa Brasil Saudável​.

Embora tenha sido observada uma tendência de redução na taxa de detecção de DTNs entre crianças de 0 a 11 anos, de 2010 a 2023, ainda há desafios significativos. Em 2023, a taxa foi de 17,72 casos por 100 mil habitantes, e a projeção para 2028 indica uma leve redução para 15,09 casos por 100 mil habitantes​.

Medidas e estratégias de combate

O governo brasileiro anunciou a criação de um Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, que reúne 20 instituições para desenvolver e apoiar um Plano de Ação Nacional. O objetivo é integrar esforços para combater essas doenças de forma mais eficiente, abordando não apenas a saúde humana, mas também fatores ambientais e sociais que contribuem para sua disseminação​.

Além disso, foram destacadas ações específicas para algumas DTNs:

  • Acidentes ofídicos: retomada da produção de soros antivenenos para ampliar o atendimento em regiões vulneráveis.
  • Tracoma: elaboração de um dossiê para validação da eliminação da doença como problema de saúde pública.
  • Doença de Chagas: foco na eliminação da transmissão vertical, incluindo assistência integral a mulheres em idade fértil e gestantes.
  • Raiva humana: ampliação da vacinação preventiva em populações indígenas e ribeirinhas, além de cooperação técnica Brasil-Bolívia para prevenção da transmissão da raiva canina em áreas de fronteira​.

Impacto social e metas futuras

O controle das DTNs é essencial para reduzir desigualdades e melhorar a qualidade de vida da população, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Essas doenças estão diretamente relacionadas à pobreza e podem causar incapacidades, exclusão social e até mortes prematuras. A ampliação do acesso à saúde e ao saneamento básico são medidas fundamentais para avançar no combate às DTNs​.

O governo reforça que não são as doenças que são negligenciadas, mas sim as populações afetadas, e reafirma o compromisso com a erradicação e controle dessas enfermidades no Brasil​.

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