
Adolescente de 13 anos, vítima de asma aguda, tem morte investigada como não natural; corpo está retido há mais de 28 dias no Reino Unido.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A morte de Emily Albino, uma adolescente anglo-brasileira de 13 anos, em Londres no dia 16 de dezembro de 2024, gerou grande comoção e revolta na família. A causa da morte foi inicialmente atribuída à asma aguda, mas a investigação sobre o caso foi aberta após a certidão de óbito preliminar indicar uma lesão cerebral e parada cardíaca, sugerindo que a morte de Emily pode ter sido não natural. Desde então, o corpo da jovem está retido no serviço de medicina legal britânico, aguardando a conclusão das investigações. Até o momento, o sepultamento ainda não foi realizado.
Tatiana Albino, mãe da adolescente, relatou com frustração as tentativas de buscar tratamento adequado para sua filha, que era autista e sofria de asma crônica. Segundo Tatiana, ela lutou por anos para conseguir o atendimento adequado no National Health System (NHS), mas enfrentou diversas dificuldades, incluindo a falta de exames fundamentais para diagnosticar o quadro da jovem. “Levei minha filha ao hospital várias vezes, mas eles diziam que não havia nada de errado com ela”, relatou a mãe, que mora há 17 anos em Londres.
Os problemas de saúde de Emily pioraram nas semanas antes de sua morte. Ela se queixava de dores no peito e dificuldades respiratórias, mas, mesmo assim, foi enviada de volta para casa sem os exames necessários, como um raio-X. Tatiana insistiu em um novo atendimento em um posto de saúde, mas a triagem foi feita sem levar a sério o quadro da adolescente, e uma consulta foi agendada apenas para uma semana depois. Emily morreu antes da consulta marcada.
O caso ganhou atenção após Tatiana denunciar a negligência do NHS e o que acredita ser uma falha grave no tratamento médico. As autoridades britânicas agora investigam as circunstâncias que levaram à morte de Emily, considerando a possibilidade de homicídio culposo, já que a demora no atendimento e a falta de exames podem ter contribuído para o desfecho trágico.
A demora na liberação do corpo da jovem tem gerado grande sofrimento para a família. Especialistas em Direito Internacional explicam que, em casos de morte não natural, é comum que os corpos sejam retidos enquanto as investigações estão em andamento. Contudo, a família ainda aguarda respostas e se queixa da demora para enterrar a adolescente.
Tatiana também levantou preocupações sobre o fato de Emily ser anglo-brasileira, acreditando que isso pode ter influenciado o tratamento dispensado à sua filha. Ela ressaltou que, apesar de buscar ajuda junto ao Consulado Brasileiro em Londres e ao Itamaraty, não obteve apoio suficiente de órgãos brasileiros.
A morte de Emily Albino reflete um problema crescente no Reino Unido, onde dados da ONG “Asthma + Lung UK” revelam que o número de mortes por asma tem aumentado nos últimos anos. O relatório apontou que uma grande parte dos pacientes não recebe o tratamento adequado, o que pode ter sido determinante para a morte da adolescente.
Agora, a família de Emily espera justiça e que o caso seja investigado a fundo, a fim de evitar que outras famílias enfrentem a mesma dor e sofrimento causados pela falta de cuidado e atenção adequada a pacientes com doenças crônicas.
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