La Niña já está presente, mas deve enfraquecer até abril, segundo agência americana

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) informa que o fenômeno La Niña deve se manter ativo até entre fevereiro e abril de 2025, apresentando uma probabilidade de 59% de continuidade. Após esse período, prevê-se que as condições climáticas retornem ao seu estado neutro.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) anunciou, nesta quinta-feira (9), a confirmação oficial das condições propícias para a formação do fenômeno La Niña.

O La Niña se caracteriza pelo resfriamento das águas na região Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, sendo definido quando a temperatura da superfície do mar apresenta uma queda igual ou superior a 0,5°C. Esse fenômeno ocorre a cada três a cinco anos.

De acordo com as previsões da NOAA, o La Niña deverá se manter ativo até entre fevereiro e abril de 2025, com uma probabilidade de 59% de continuidade.

Após esse período, espera-se que as condições climáticas retornem ao estado neutro, provavelmente entre março e maio de 2025, com uma chance de 60% de transição.

 Os impactos típicos do La Niña no Brasil incluem:

– Aumento das chuvas no Norte e Nordeste;
– Tempo mais seco no Centro-Sul, com chuvas irregulares;
– Tendência de secas no Sul;
– Condições que favorecem a entrada de massas de ar frio, resultando em maior variação de temperatura.

Ainda segundo a NOAA, a atual fase de La Niña teve início em dezembro de 2024, identificada por temperaturas abaixo do normal em diversas áreas do Oceano Pacífico (conforme ilustração acima).

Na última avaliação, a região conhecida como Niño-3.4 apresentava uma temperatura cerca de 0,7°C inferior à média, enquanto outras áreas, como Niño-4, também mostraram temperaturas abaixo da média. As camadas mais profundas do oceano também estão mais frias, especialmente nas zonas central e leste.

Apesar do resfriamento, os especialistas da NOAA preveem que essa ocorrência de La Niña será fraca e deverá persistir durante o verão do Hemisfério Sul, com variações limitadas na temperatura do oceano.

  • Modelos climáticos sugerem que as águas do Pacífico permanecerão ligeiramente mais frias até o início do outono, quando as condições deverão se normalizar.

Embora se trate de um La Niña fraco, ele pode induzir alterações climáticas, conforme já refletem as previsões sazonais. Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, observa que o cenário atual já revela os efeitos de um La Niña fraco e de curta duração.

“Na prática, isso indica que as previsões não sofrerão grandes mudanças. O La Niña, em geral, resulta em chuvas escassas no Centro-Sul, mas aumenta a probabilidade de granizo. Isso está sendo claramente observado, especialmente em São Paulo, com temporais e granizo, ao contrário do verão passado, que foi praticamente seco”, explica.

Luengo destaca dois fatores principais para essas condições:

Primeiro, a temperatura mais baixa da atmosfera favorece a formação de granizo. Segundo, o La Niña desloca o jato subtropical para o norte, aproximando-o do Centro-Oeste e Sudeste. Essa movimentação intensifica as áreas de instabilidade, que, em combinação com calor e umidade, geram mais tempestades. Ele acrescenta que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), responsável pelas chuvas no norte do país, já está se deslocando.

“Isso significa que estamos observando um aumento nas chuvas no Amapá e no norte do Pará. Em breve, a precipitação deve intensificar no norte do Nordeste, especialmente no Maranhão, Piauí e Fortaleza”, completa.

Além disso, a influência persistente das Altas Pressões da Cordilheira dos Andes (ACAs) também afeta o Brasil. Desde o início do mês, essas formações têm contribuído para o padrão de escassez de chuvas no Centro-Sul, ao mesmo tempo que aumentam a umidade nas regiões Norte e Nordeste.

El Niño vs. La Niña

O El Niño representa a fase positiva do fenômeno conhecido como Oscilação Sul-El Niño (ENOS). Durante sua ocorrência, há um aumento das temperaturas no verão e um inverno menos rigoroso no Brasil, uma vez que ele dificulta a passagem de frentes frias, tornando-as mais sutis e breves. Apesar do término do fenômeno, o último inverno ainda foi significativamente influenciado pelo El Niño, devido à sua intensidade ao longo dos meses.

Atualmente, no entanto, estamos observando um resfriamento mais acentuado das águas do Pacífico, com a confirmação do estabelecimento do La Niña.

 

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