Presidente brasileiro reafirma relação próxima com Maduro, apesar de críticas à democracia venezuelana.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Nesta sexta-feira, 10 de janeiro, Nicolás Maduro ordenou o fechamento das fronteiras terrestres da Venezuela com o Brasil e a Colômbia. O governador de Táchira, Freddy Bernal, alegou que a medida foi tomada para “prevenir uma conspiração internacional” que ameaçaria a estabilidade do país durante o evento.
Os voos entre a Venezuela e a Colômbia também foram suspensos até segunda-feira, dia 13.
No Brasil, a Polícia Militar de Roraima confirmou o fechamento da fronteira em Pacaraima, impactando o comércio e o fluxo diário de pessoas. Autoridades colombianas, por sua vez, declararam que a decisão foi tomada unilateralmente por Maduro, enquanto seus postos de fronteira permanecem abertos.
Mesmo diante do cenário de acusações de fraude nas eleições venezuelanas de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por uma abordagem conciliadora. Embora tenha decidido não comparecer pessoalmente à posse, enviou a embaixadora Glivânia Oliveira como representante oficial, enfatizando a “amizade histórica” entre Brasil e Venezuela.
A relação entre Lula e Maduro continua marcada por gestos de proximidade, apesar da crescente repressão e falta de transparência no regime venezuelano.
Enquanto movimentos sociais brasileiros, como o MST, pedem reconhecimento oficial da reeleição de Maduro, o governo Lula tem mantido uma postura ambígua, hesitando em confrontar as evidências de irregularidades nas eleições. No entanto, a insistência de Lula no “diálogo regional” e na “soberania nacional” como fundamentos de sua política externa tem gerado críticas dentro e fora do Brasil.
A decisão de Maduro de isolar ainda mais a Venezuela reflete sua estratégia de enfrentar desafios internos com medidas drásticas. Para Lula, a insistência em manter laços estreitos com um ditador amplamente criticado internacionalmente coloca em risco seu compromisso com os princípios democráticos e a transparência na América Latina.
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