Phoebe Dong e seu ex-marido ajudaram mais de 100 mulheres chinesas grávidas a viajar para os Estados Unidos e burlar política rígida de ‘filho único’.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Na última segunda-feira, dia 27, uma mulher da Califórnia foi condenada a mais de três anos de prisão por operar uma empresa que facilitava a viagem de mulheres grávidas da China para os Estados Unidos, com o intuito de que seus filhos nascessem lá e se tornassem cidadãos americanos.
O juiz distrital R. Gary Klausner impôs a Phoebe Dong uma pena de 41 meses de reclusão. Ela e seu ex-marido, Michael Liu, foram considerados culpados, em setembro do ano passado, de conspiração e lavagem de dinheiro através de sua empresa, a USA Happy Baby.
Durante a audiência no tribunal federal de Los Angeles, a ré não conseguiu conter as lágrimas ao recordar sua infância, marcada pela ausência de irmãos devido à rigorosa política de “filho único” da China. Ela também relatou que sua mãe foi forçada a interromper uma gravidez pelo governo chinês, em decorrência das leis locais.
O ESQUEMA
De acordo com os promotores federais, Dong e Liu auxiliaram mais de 100 mulheres grávidas chinesas a entrarem nos Estados Unidos. As autoridades afirmam que a dupla orientou as mulheres a enganarem os funcionários da alfândega em aeroportos com procedimentos menos rigorosos e a usarem roupas largas para ocultar suas gestações.
“Por dezenas de milhares de dólares cada, a ré ajudou seus clientes a iludir as autoridades dos EUA e garantir a cidadania americana para seus filhos”, afirmaram os promotores nos documentos do processo.
No tribunal, Dong compartilhou que sua mudança para os Estados Unidos foi repleta de desafios, mas que sua esperança se renovou após ter três filhos. Com isso, ela se tornou cidadã americana e começou a apoiar outras mulheres chinesas que desejavam ter mais de um filho.
“Não quero perder meus filhos”, declarou ao tribunal. “Espero que vocês possam me conceder um julgamento justo. Aceitarei toda a responsabilidade“, finalizou.
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