OSCAR: filme documental explora a doutrinação de nativos nos EUA

Documentário cotado ao Oscar investiga a descoberta de possíveis sepulturas não identificadas na Escola Residencial Indígena St. Joseph, no Canadá.

Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

O documentário ‘Sugarcane‘ oferece uma reflexão poderosa sobre o impacto devastador das escolas residenciais indígenas na América do Norte e está disponível nas plataformas Disney+ e Hulu. Sob a direção de Julian Brave NoiseCat e Emily Kassie, a obra já foi laureada com mais de doze prêmios em festivais de cinema, incluindo o prestigiado Sundance, onde conquistou o prêmio de Melhor Direção em Documentário dos EUA.

Recentemente indicado ao Gotham Awards na categoria de Melhor Documentário, ‘Sugarcane’ também recebeu oito indicações no Critics Choice Documentary Awards, além de figurar nas listas dos melhores documentários do ano do DOC NYC e do IDA.

O filme investiga a descoberta de sepulturas não identificadas na Escola Residencial Indígena St. Joseph, na Colúmbia Britânica, Canadá. Essa instituição, gerida pela Igreja Católica, foi marcada por abusos físicos, psicológicos e sexuais contra crianças indígenas. ‘Sugarcane’ expõe evidências de crimes atrozes, incluindo casos em que padres engravidaram alunas, cujos bebês foram posteriormente incinerados.

Além de abordar a realidade canadense, o documentário também ilumina o sistema de internatos indígenas nos Estados Unidos, que é ainda mais abrangente e onde práticas semelhantes de abuso e tentativa de assimilação cultural ocorreram. Essas instituições, em ambos os países, tinham como objetivo eliminar as línguas e culturas indígenas, forçando os jovens a se conformarem aos padrões da sociedade branca.

Na última sexta-feira, o presidente Joe Biden fez uma visita à Reserva Indígena Gila, no Arizona, para reconhecer o legado prejudicial das escolas residenciais. Durante seu discurso, ele apresentou um pedido de desculpas formal: “Peço desculpas como presidente dos Estados Unidos da América pelo que fizemos. A política de internatos indígenas é uma marca de vergonha na história americana.”

Os cineastas Kassie e NoiseCat estavam presentes na ocasião e ressaltaram a importância desse reconhecimento presidencial: “O pedido de desculpas representa um marco para as famílias e sobreviventes das escolas residenciais. Estamos honrados que ‘Sugarcane‘ possa contribuir para essa discussão tão crucial.”

O documentário foi exibido em cinemas nos EUA e no Canadá durante o verão e também levado a comunidades indígenas por meio do “Rez Tour”. Esta iniciativa proporciona exibições acessíveis e seguras para os povos diretamente impactados pelas escolas residenciais, além de conectar os espectadores a recursos de saúde local.

  • Sugarcane‘ também se relaciona com o recente relatório do Departamento do Interior dos EUA, que revelou a morte de quase 1.000 crianças em mais de 400 escolas federais indígenas do país — um número três vezes superior ao registrado no Canadá.

Produzido pela Kassie Films e Hedgehog Films, em colaboração com Impact Partners e Fit Via Vi, o documentário tem como produtora executiva a atriz Lily Gladstone, conforme destacado pelo Deadline.

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