Testemunhos revelam irregularidades em patrocínio bilionário do Corinthians

A investigação policial trouxe à tona novas informações sobre o contrato com a Vaidebet, expondo possíveis irregularidades e conexões com empresas de fachada.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

No último domingo, 19 de novembro, novos depoimentos da investigação policial sobre um suposto desvio de recursos em um contrato de patrocínio de milhões envolvendo o Corinthians foram exibidos no programa Fantástico. Os depoimentos são de Antonio Pereira dos Santos, conhecido como Toninho, um empresário do setor artístico, e de seu ex-colaborador, Sandro dos Santos Ribeiro. Ambos afirmam que esperavam receber uma comissão de R$ 25 milhões do clube.

Toninho declarou: “Nosso trabalho ali não era gratuito. Estávamos intercedendo para garantir uma comissão. É como um corretor que vende um imóvel; todos têm que ser compensados.” Ele e Sandro foram convocados a depor pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

A investigação se concentra em possíveis irregularidades financeiras relacionadas ao patrocínio do Corinthians com o site de apostas Vaidebet. Sandro relatou que recebeu um telefonema de Toninho, que o instruía a contatar um amigo no Corinthians sobre uma oportunidade de patrocínio. “Toninho me disse para acionar meu contato no Corinthians. Eles estavam fechando alguns patrocínios, e pensei: ‘Uma comissão do Corinthians? Isso seria um grande negócio’”, recordou.

O encontro mencionado pelos depoimentos ocorreu em um hotel em São Paulo no dia 27 de dezembro de 2023, apenas cinco dias antes da posse de Augusto Melo como novo presidente do clube. Participaram da reunião, além de Augusto, Toninho, Sandro, o proprietário da Vaidebet e Marcelo Mariano, que recentemente pediu demissão como diretor administrativo.

O proprietário da Vaidebet confirmou que aceitou a proposta de R$ 360 milhões de Augusto Melo, divididos em três anos.

Durante a reunião, Toninho e Sandro tentaram discutir o valor da comissão, mas Marcelo Mariano teria afirmado que o contrato precisava ser intermediado por uma empresa já cadastrada no Corinthians, o que deixou Sandro desconfiado de que poderiam ser excluídos do negócio.

No contrato de patrocínio, a empresa Rede Social Media Design foi designada como intermediária. Ficou acordado que o Corinthians pagaria uma comissão de 7% sobre cada parcela, totalizando R$ 25 milhões, mas os nomes de Toninho e Sandro não foram incluídos no contrato.

Antonio ressaltou que a responsabilidade pelo pagamento da comissão era do Corinthians, já que era o clube que recebia o dinheiro. Durante o depoimento, o promotor apresentou uma foto de Alex Cassundé, proprietário da Rede Social Media Design e que teve papel na campanha de Augusto Melo à presidência, mas ele negou qualquer contato com o empresário.

Em março, a empresa recebeu dois depósitos de R$ 700 mil cada um do Corinthians, e investigações indicam que grande parte desses valores foi transferida para empresas de fachada ligadas ao crime organizado, especialmente na região de Peruíbe, associadas ao PCC, segundo o delegado Tiago Correia.

Um pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo será votado nesta segunda-feira, 20, em decorrência das supostas irregularidades no contrato com a Vaidebet. Melo confirmou ao Fantástico o encontro que resultou no patrocínio de R$ 360 milhões e disse que Marcelo Mariano sempre apresentou a empresa de Alex Cassundé como a intermediária.

O advogado de Cassundé afirmou que seu cliente teve contato com a Vaidebet e que a escolha da Rede Social Media Design como intermediária foi feita seguindo critérios internos do clube. Sobre os repasses, o advogado declarou que a situação está sob investigação e não pode entrar em detalhes.

Marcelinho, por sua vez, defendeu que o contrato foi viabilizado pela atuação de Alex Cassundé e que todas as partes assinaram sem questionamentos, o que, segundo ele, atesta a correção de todo o processo.

 

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