
Grupo criminoso liderado por família local enviava ilegalmente brasileiros aos EUA; prejuízo estimado é de R$ 43 milhões.
Por Ana Raquel|GNEWSUSA
A Polícia Federal deflagrou uma operação de grande porte contra um esquema de contrabando de migrantes, considerado o maior já identificado em Governador Valadares (MG). Segundo as investigações, a organização criminosa era liderada por uma família residente na cidade e era responsável pelo agenciamento e envio ilegal de 669 brasileiros para os Estados Unidos, por meio do México.
A PF estima que o número de vítimas do grupo pode chegar a 1.500 pessoas, incluindo adultos e menores de idade, após a análise dos materiais apreendidos. A quadrilha atuava há anos e lucrava milhões de reais ao oferecer rotas clandestinas para brasileiros que buscavam entrar ilegalmente nos EUA.
Operação cumpre 14 mandados e bloqueia milhões em bens
A ação policial ocorreu após autorização da 3ª Vara Federal de Organizações Criminosas de Belo Horizonte. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em três estados:
• Minas Gerais: 11 mandados
• Espírito Santo: 2 mandados
• Distrito Federal: 1 mandado
Durante a operação, foram apreendidos passaportes, documentos, dinheiro em espécie, joias e veículos. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias ligadas aos investigados, resultando em um prejuízo estimado de R$ 43 milhões para o grupo criminoso.
Prisão em flagrante e posse irregular de munição
Além das apreensões, duas pessoas foram presas em flagrante por posse irregular de munição. Segundo a PF, a quadrilha utilizava um esquema sofisticado para cooptar pessoas interessadas em migrar ilegalmente para os EUA. O grupo prometia viagens seguras, mas os migrantes enfrentavam condições precárias, riscos à vida e até maus-tratos durante o trajeto.
O maior esquema de tráfico de migrantes na cidade
De acordo com a Polícia Federal, essa é a maior operação já realizada em Governador Valadares contra o contrabando de migrantes, tanto pelo volume de vítimas quanto pelo valor movimentado pela organização criminosa. A PF segue analisando os materiais apreendidos e novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.
A investigação busca agora identificar todos os envolvidos e responsabilizar criminalmente os integrantes da quadrilha. O crime de contrabando de migrantes prevê pena de até oito anos de prisão, podendo ser agravada caso haja envolvimento de menores ou risco à vida das vítimas.
As autoridades reforçam o alerta para que a população denuncie esquemas ilegais de imigração, evitando cair em armadilhas de grupos criminosos que exploram o sonho de uma vida melhor no exterior.
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