
Falta de acesso, políticas ineficientes e desafios culturais agravam a situação da saúde indígena no Brasil.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
No Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, celebrado em 7 de fevereiro, o direito à saúde das comunidades indígenas ainda enfrenta inúmeros desafios. Criado em homenagem a Sepé Tiaraju, líder guarani que lutou contra a colonização no século XVIII, a data destaca a luta contínua dos povos originários por direitos fundamentais, como a saúde, a demarcação de terras e a preservação cultural.
Um dos principais problemas enfrentados é a falta de dados epidemiológicos e socioeconômicos específicos, o que prejudica a formulação de políticas públicas eficientes. Muitos indígenas que vivem fora dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) não são contabilizados adequadamente, dificultando o planejamento de ações voltadas para essa população. Além disso, o modelo de atenção à saúde não se adapta à concepção indígena, que considera a relação entre corpo, território e cultura como parte fundamental do bem-estar físico e mental.
A instabilidade na gestão e a falta de financiamento adequado também impactam negativamente a assistência. A rotatividade de profissionais, a escassez de recursos e a falta de capacitação contínua para os trabalhadores da saúde indígena resultam em um atendimento precário. O fortalecimento da participação indígena na gestão e na execução das políticas de saúde é apontado como uma solução essencial para garantir que suas especificidades sejam respeitadas.
Além da saúde, o Ministério da Cultura (MinC) vem promovendo iniciativas de valorização cultural, como editais e programas que incentivam a preservação das tradições indígenas. Entre as ações, destaca-se a revista multimídia Pihhy, que divulga conteúdos bilíngues e plurilíngues produzidos por indígenas, fortalecendo a representatividade e a visibilidade desses povos.
Diante desse cenário, o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas reforça a necessidade de políticas mais eficazes e inclusivas, que respeitem os saberes tradicionais e garantam acesso pleno à saúde, educação e direitos territoriais para os povos originários do Brasil.
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