Governo Lula acumula escândalos de assédio e novas denúncias surgem no Ministério da Justiça

Casos de abuso e perseguição no ambiente de trabalho colocam mais um ministério sob suspeita.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

As acusações de assédio dentro do governo Lula não param de crescer. Depois de denúncias nos Ministérios dos Direitos Humanos e das Mulheres, agora é a vez do Ministério da Justiça e Segurança Pública enfrentar um escândalo semelhante. Funcionários da Diretoria de Cidadania e Alternativas Penais (Dicap), ligada à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), relataram perseguições, abusos e um ambiente de trabalho insustentável.

As queixas recaem sobre a diretora da Dicap, Mayesse Silva Parizi, e a coordenadora de gabinete Suzana Inês de Almeida e Silva. Pelo menos 15 servidores afirmam ter sido vítimas de humilhações e retaliações. Entre as críticas, apontam que as gestoras “desprezam quem não as bajula” e “subestimam a inteligência da equipe”. Segundo os relatos, o clima no setor se deteriorou a ponto de causar problemas de saúde em diversos funcionários. Crises de ansiedade e casos de burnout foram mencionados, além de uma alta rotatividade: desde 2023, cerca de 30 profissionais pediram transferência, foram demitidos ou decidiram sair.

Lula prometeu agir contra o assédio, mas os casos se multiplicam

O discurso de Lula contra o assédio dentro do governo já mostrou ser contraditório. Em 2024, quando o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi afastado após acusações de assédio sexual, incluindo contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o presidente declarou que “alguém que pratica assédio não ficaria no governo”. No entanto, o que se vê são novos casos surgindo sem que medidas concretas sejam tomadas.

Outro episódio ocorreu no Ministério das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves. Na época, servidores denunciaram uma rotina de medo e insegurança, com 17 funcionários relatando assédio moral. A situação gerou forte repercussão e revelou a fragilidade do governo na prevenção desse tipo de abuso.

Governo minimiza denúncias enquanto casos aumentam

A Controladoria-Geral da União (CGU) está conduzindo a investigação sobre as acusações contra as gestoras da Dicap. O Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski, negou irregularidades e aguarda o desfecho do caso. Tanto Mayesse Silva Parizi quanto Suzana Inês de Almeida e Silva também rejeitam as acusações.

Os números mostram um crescimento alarmante das denúncias de assédio dentro do governo Lula. Nos primeiros oito meses de 2023, a CGU registrou cerca de 4 mil reclamações, número muito superior às 730 do mesmo período de 2022, último ano da gestão Bolsonaro.

As promessas de Lula de manter um governo livre de assédio caem por terra diante da sucessão de escândalos. Enquanto os casos se acumulam, a resposta do governo segue insuficiente, deixando servidores desprotegidos e sem garantias reais contra abusos dentro da administração federal.

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