Medida de sigilo de cinco anos sobre documentos envolvendo os irmãos Batista denuncia favorecimento a interesses obscuros na Venezuela.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O governo Lula, mais uma vez, demonstra sua total falta de compromisso com a transparência e a ética na condução das relações internacionais. Em uma decisão inexplicável, o Ministério das Relações Exteriores decretou sigilo absoluto por cinco anos sobre documentos que tratam dos negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista e do grupo J&F na Venezuela – uma medida que levanta sérias suspeitas sobre os verdadeiros interesses do atual governo.
Segundo informações obtidas por investigações recentes, o governo ordenou o bloqueio de telegramas diplomáticos, despachos e circulares que registram reuniões e negociações envolvendo o regime de Nicolás Maduro e figuras ligadas à ditadura venezuelana. Entre os documentos sigilosos, consta o relato de uma audiência com o ex-ministro de Petróleo e presidente da PDVSA, Pedro Tellechea, ocorrida em fevereiro do ano passado, cujo conteúdo permanece envolto em mistério, sem esclarecimentos sobre os participantes ou os assuntos discutidos.
A medida, justificada com base na possibilidade de “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do país, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais”, revela uma preocupação exclusiva em ocultar informações que poderiam colocar em xeque a integridade do governo Lula e seus supostos laços com o regime de Maduro. Ao impor tal segredo, o governo não apenas impede o escrutínio público, como também protege interesses privados que se beneficiam da obscuridade nas relações com a Venezuela.
Críticos da atual gestão não medem palavras ao apontar a gravidade da situação. Juliana Sakai, diretora-executiva da ONG Transparência Brasil, declarou que “causa espanto” a decisão de manter em sigilo informações tão relevantes, acrescentando:
“Este tipo de postura contraria o princípio da publicidade da administração pública, ao retirar do escrutínio público atividades de figuras que já confessaram anteriormente ter pagado propina para obter vantagens para os seus negócios.”
É impossível ignorar que, em 2023, os irmãos Batista ingressaram no setor de óleo e gás com a aquisição da Fluxus, demonstrando uma clara intenção de expandir suas atividades na Venezuela e no Peru. Outras operações, como a negociação de compra de energia elétrica vinda da Venezuela e a transferência do controle da distribuidora de energia do Amazonas para a Âmbar Energia, reforçam a suspeita de que o governo Lula esteja, direta ou indiretamente, facilitando a atuação de empresários que se beneficiaram de práticas ilícitas.
Mais preocupante é o histórico de sigilos impostos pelo governo em questões relacionadas à Venezuela. O atual executivo já determinou a restrição de acesso a outros documentos sobre o regime de Maduro, evidenciando uma política de ocultamento que nada tem a ver com a transparência democrática que se espera de uma administração séria e comprometida com o interesse público.
Enquanto o povo brasileiro merece esclarecimentos sobre onde estão os reais interesses do governo, o ato de Lula se mostra mais um capítulo vergonhoso na história de sua gestão – uma gestão que, ao proteger práticas obscuras e favorecer aliados suspeitos, mina os princípios básicos da ética e da responsabilidade na administração pública.
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