Autoridades americanas capturam e extraditam líder do MS-13 acusado de extorsão

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Autoridades americanas alegam que Moises Humberto Rivera-Luna comandava operações criminosas do MS-13 enquanto estava preso em El Salvador.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

Uma investigação conjunta realizada pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE), pela Polícia Estadual da Virgínia (VSP) e pelo Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, D.C., resultou na extradição do guatemalteco Moises Humberto Rivera-Luna, de 55 anos, conhecido como Santos e Viejo Santos. Considerado um dos líderes do MS-13, Rivera-Luna foi entregue às autoridades americanas no dia 4 de março para responder por acusações de conspiração para extorsão.

Após sua extradição, Rivera-Luna compareceu pela primeira vez a um tribunal no Distrito de Columbia em 5 de março.

Ele foi indiciado como parte de um processo que também envolve seis co-réus, suspeitos de crimes como homicídio em auxílio de extorsão, sequestro, agressão com arma mortal e outros delitos. No entanto, Rivera-Luna enfrenta especificamente a acusação de conspiração para extorsão.

O agente especial interino responsável pelo ICE Homeland Security Investigations (HSI) em Washington, D.C., Christopher Heck, destacou a seriedade das acusações contra o réu.

“Moises Humberto Rivera-Luna terá seu dia no tribunal, mas ele é acusado de crimes muito graves”, afirmou Heck.

“Sua suposta atividade criminosa, combinada com sua liderança da organização criminosa transnacional MS-13, faz de Rivera-Luna uma ameaça significativa à segurança do povo americano. Somos gratos pelos fortes relacionamentos que desfrutamos com nossos parceiros de aplicação da lei locais, estaduais, federais e internacionais. Sem a cooperação deles, nada disso seria possível. O ICE HSI Washington, D.C., continuará trabalhando incansavelmente e esgotando todos os recursos para investigar e apreender qualquer pessoa que represente uma ameaça à segurança nacional ou aos moradores de nossas comunidades.”

Rede criminosa  operava entre os EUA e El Salvador

As investigações apontam que Rivera-Luna dirigia as operações de grupos do MS-13 na área metropolitana de Washington enquanto cumpria pena em El Salvador.

Após ser libertado, ele se mudou para a Guatemala, onde foi detido e posteriormente extraditado. As autoridades acreditam que, mesmo encarcerado, ele coordenava atividades criminosas por meio de ligações telefônicas.

O superintendente da Polícia Estadual da Virgínia, coronel Matthew Hanley, enfatizou o compromisso da força policial no combate ao crime organizado.

“A Polícia Estadual da Virgínia está comprometida em proteger o público de gangues violentas”, declarou Hanley.

“A extradição de um líder de alto escalão do MS-13 foi o resultado da colaboração com nossos parceiros no ICE HSI Washington, D.C., e estamos ansiosos para trabalhar com eles em projetos futuros.”

A investigação sugere que membros do MS-13 envolvidos no esquema liderado por Rivera-Luna praticaram agressões contra rivais, ameaçaram pessoas suspeitas de colaborar com as autoridades e executaram extorsões. Além disso, os investigadores indicam que ele e outro líder da gangue, Marvin Geovanny Monterrosa-Larios, comandaram a formação de uma coalizão de grupos do MS-13 na região de Washington.

O objetivo era identificar e eliminar membros da gangue que cooperassem com a polícia.

Ligações com homicídios e extorsões

As evidências coletadas pelas autoridades ligam Rivera-Luna a ordens de assassinato. Ele é suspeito de ter autorizado a execução de Louis Alberto Membreno-Zelaya, de 27 anos, cujo corpo foi encontrado esfaqueado em Washington, D.C., no dia 6 de novembro de 2008. Além disso, investigações indicam que ele também ordenou a morte de Felipe Enriquez, de 25 anos, assassinado em 31 de março de 2010, no condado de Montgomery, Maryland.

O procurador dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia, Edward R. Martin Jr., ressaltou o empenho das autoridades em levar criminosos à justiça, independentemente do tempo que isso leve.

“A perseguição de uma década desse suposto membro de gangue violento ilustra a determinação do nosso escritório de permanecer focado e levar à justiça aqueles que violam a lei, não importa onde estejam, não importa quanto tempo leve”, afirmou Martin Jr.

A operação contou com a participação de diversas forças policiais, incluindo os Departamentos de Polícia dos condados de Montgomery e Prince George, a Procuradoria Estadual do Condado de Montgomery e os escritórios da Procuradoria dos EUA para o Distrito de Maryland e o Distrito Leste da Virgínia.

O Departamento de Justiça dos EUA, por meio do Escritório de Assuntos Internacionais, desempenhou um papel fundamental na obtenção da extradição de Rivera-Luna. O caso faz parte de uma ação das Forças-Tarefa de Drogas do Crime Organizado (OCDETF), que busca identificar, desmantelar e interromper organizações criminosas que representam ameaças aos Estados Unidos.

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