
Operação Hammare prendeu 17 suspeitos e revelou esquema milionário de desmanche e receptação de caminhões.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta segunda-feira (24), 17 integrantes de uma quadrilha especializada em roubo violento de cargas e caminhões, além de crimes como desmanche, receptação e lavagem de dinheiro. A ação, batizada de Operação Hammare, aconteceu nos estados de São Paulo, Paraná, Rondônia e Rio Grande do Sul, mobilizando 110 policiais federais e 100 policiais militares.
Entre os presos, está Fabrício Pimentel Azevedo Silva, apontado como um dos chefes do grupo criminoso. Segundo o delegado-chefe da PF em Campinas (SP), Edson Geraldo de Souza, Fabrício atuava em duas frentes:
• Encomenda dos crimes, escolhendo modelos específicos de caminhões para os roubos.
• Venda de peças aos receptadores, garantindo o maior lucro da organização criminosa.
Outro líder da quadrilha já havia sido preso em operações anteriores, junto com outros membros do grupo.
Quadrilha movimentou R$ 70 milhões e ostentava vida de luxo
Durante a operação, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores da organização criminosa, totalizando R$ 70 milhões – montante movimentado pelo esquema.
Na casa de Fabrício, em Jandira (SP), foram apreendidos:
• Uma Ferrari
• R$ 534,8 mil em dinheiro vivo
• Armas de fogo
• Joias
• Outros veículos de luxo
A PF revelou que os criminosos levavam um “padrão de vida elevado”, gastando dinheiro com carros esportivos de montadoras como Ferrari e Lamborghini, além de lanchas, jet skis, imóveis luxuosos e camarotes VIP em eventos.
Como funcionava o esquema criminoso?
A organização criminosa operava por meio de três núcleos principais:
1. Roubo: os criminosos atacavam caminhões e motoristas, utilizando bloqueadores de sinal e martelos para quebrar os vidros dos veículos.
2. Desmanche: as carretas eram desmontadas e suas peças tinham os números de chassi adulterados.
3. Receptação: as peças roubadas eram vendidas como novas em empresas de autopeças e manutenção.
Os assaltos aconteciam principalmente no estado de São Paulo, com foco nas regiões de Campinas e Sorocaba. Os desmanches eram realizados em Osasco (SP), e as peças seguiam para venda em outros estados do Brasil.
Segundo a PF, a quadrilha encomendava modelos específicos de caminhões, principalmente de marcas suecas, pois sabiam quais veículos tinham menos tecnologia para impedir bloqueadores de sinal.
Operação em quatro estados e prisões realizadas
A Polícia Federal e a Polícia Militar cumpriram 17 mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão em cidades de São Paulo, Paraná, Rondônia e Rio Grande do Sul.
Entre as principais localidades das prisões estão:
• São Paulo (SP), Osasco (SP), Jandira (SP), Guarulhos (SP), Maringá (PR), Vilhena (RO) e Erechim (RS).
Durante as buscas, também foram encontradas carcaças de caminhões roubados em Vilhena (RO), além de mais dinheiro em espécie, incluindo euros e dólares.
A quadrilha esteve envolvida em pelo menos 49 roubos violentos de cargas entre 2021 e 2024. Dos 17 mandados de prisão, 16 foram cumpridos, e uma mulher segue foragida. Além disso, um suspeito foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de calibre restrito.
Investigação e nome da operação
A Delegacia da PF em Campinas iniciou a investigação após um roubo ocorrido em Cajamar (SP), em 2023. O nome da operação, “Hammare” (martelo, em sueco), faz referência ao principal instrumento usado pelos criminosos para acessar os veículos e também à preferência por caminhões suecos.
A PF continua investigando outros possíveis envolvidos e o destino do dinheiro obtido pelo grupo criminoso.
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