Investigações apontam que ele facilitava a entrada ilegal de estrangeiros nos Estados Unidos; operação contou com a participação da Polícia Federal no Brasil.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Um brasileiro identificado como Flávio Alexandre Alves, também conhecido como “Ronaldo”, foi preso na última quarta-feira (26 de março) na cidade de Worcester, Massachusetts, Estados Unidos. Ele é acusado de integrar uma rede criminosa especializada no contrabando de migrantes, responsável por facilitar a entrada de centenas de pessoas nos EUA de forma ilegal.
A operação, conduzida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), contou com a colaboração de agências de segurança americanas e da Polícia Federal brasileira. Além da prisão de Alves, outras quatro pessoas foram detidas nas cidades de Pittsburgh e Harrisburg, na Pensilvânia, por envolvimento no mesmo esquema.
Acusações e histórico criminal
De acordo com as autoridades americanas, Alves enfrenta acusações de conspiração para facilitar a entrada ilegal de estrangeiros nos Estados Unidos e transporte clandestino de pessoas para fins financeiros. Ele já havia sido condenado anteriormente pelo mesmo crime e deportado, mas reentrou ilegalmente no país.
As investigações revelaram que Alves atuava diretamente na logística da imigração ilegal, comprando passagens aéreas para os migrantes dentro dos EUA e realizando transferências financeiras para contrabandistas no México. Entre maio de 2021 e agosto de 2022, ele teria adquirido mais de 100 bilhetes aéreos e enviado centenas de milhares de dólares para financiar a travessia dos imigrantes.
Se condenado, Alves pode enfrentar até 10 anos de prisão, além de três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250 mil, segundo o escritório do procurador-geral de Massachusetts.
Esquema internacional e operação da PF no Brasil
O caso tem desdobramentos no Brasil, onde a Polícia Federal realizou, no mesmo dia da prisão de Alves, a segunda fase da Operação Hancórnia. O objetivo foi desarticular um grupo criminoso que promovia a imigração ilegal de brasileiros, principalmente do estado do Maranhão, para os Estados Unidos.
As investigações apontam que os criminosos aliciavam moradores de várias cidades maranhenses e organizavam a travessia ilegal por meio de rotas na América Central. Muitas das vítimas contraíam dívidas com juros abusivos para custear a viagem. Além disso, o esquema envolvia lavagem de dinheiro através de empresas de fachada.
Na ação, que contou com a participação de mais de 50 agentes da PF, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Rondônia, Distrito Federal e Espírito Santo. Além disso, a Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 14 milhões em bens e ativos dos investigados.
A Polícia Federal destacou que a operação foi coordenada com as autoridades americanas para garantir a prisão simultânea dos envolvidos e impedir a destruição de provas. O caso segue sob investigação tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, e novos desdobramentos podem surgir nos próximos meses.
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