Crise de saúde mental no Brasil: afastamentos do trabalho batem recorde

Crescimento alarmante dos transtornos mentais entre trabalhadores.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O Brasil enfrenta uma grave crise de saúde mental, impactando diretamente a vida dos trabalhadores e das empresas. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2024 foram concedidos 472.328 afastamentos do trabalho por transtornos mentais, representando um aumento de 68% em relação ao ano anterior. Esse é o maior número registrado nos últimos dez anos​.

A crise se agravou a ponto de levar o governo federal a reforçar medidas preventivas. O Ministério do Trabalho atualizou a NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1), que agora exige fiscalização das condições de saúde mental nas empresas. Descumprimentos podem resultar em multas​.

Principais causas da crise

Especialistas apontam que os transtornos mentais são multifatoriais e vêm sendo intensificados desde a pandemia de COVID-19. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão:

  • Impacto da pandemia: Luto pela perda de mais de 700 mil vidas, além das consequências do isolamento social​.
  • Crise financeira: Entre 2020 e 2024, o preço dos alimentos subiu 55%, pressionando ainda mais os trabalhadores​.
  • Aumento da informalidade e precarização do trabalho, dificultando o acesso a benefícios e estabilidade financeira​.
  • Estresse crônico e sobrecarga das mulheres: 64% dos afastados são mulheres, que, além do trabalho profissional, lidam com a maior parte das responsabilidades domésticas​.

Distribuição dos afastamentos

Os Estados mais populosos, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, registram os maiores números absolutos de afastamentos. No entanto, proporcionalmente, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentam os índices mais altos. O Rio Grande do Sul, em particular, foi afetado por uma tragédia recente: as enchentes que deixaram milhares de desabrigados​.

Perfil dos trabalhadores afastados

A maioria dos afastados são mulheres de 41 anos, diagnosticadas com ansiedade e depressão. O afastamento médio dura três meses, impactando não só a economia doméstica, mas também o mercado de trabalho​.

O que está sendo feito?

O Ministério da Saúde lançou a Estratégia Nacional de Fortalecimento dos Cuidados à Ansiedade e Depressão no SUS. A iniciativa busca oferecer suporte especializado, com plataformas digitais para acompanhamento e reforço nos serviços públicos de atendimento psicológico​.

Especialistas alertam que, apesar de um maior reconhecimento da importância da saúde mental no ambiente corporativo, ainda há um longo caminho para garantir suporte adequado e prevenir novos afastamentos em massa.

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